O Google informou que recebeu mais de 12.000 solicitações de usuários europeus que desejam excluir seus nomes no serviço de buscas da companhia americana, um dia após disponibilizar um formulário on-line que cumpre uma decisão do Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE), anunciada no início de maio, que garante o “direito de ser esquecido” na internet.
Segundo a empresa, houve momentos em que eram enviados 20 pedidos por minuto — a expectativa é que esse número cresça nos próximos dias. Por meio da página, residentes da Europa poderão indicar links de páginas com conteúdo sobre eles que deveriam ser retirados dos resultados do Google. Na versão internacional do Google e nos buscadores de outros países fora da União Europeia, como no Brasil, os links continuarão sendo exibidos.
O Google apresentou a página aos usuários duas semanas após o TJUE determinar que a empresa deixe de exibir em seus resultados de busca links relacionados a usuários, se estes assim desejarem. Os links somente serão preservados se os dados forem de interesse público. A decisão se apoia na lei de proteção de dados da UE, que prevê que os cidadãos têm o “direito de serem esquecidos” em determinadas situações. Além do Google, outros buscadores que atuam na região, como o Bing, também estão obrigados a cumprir a decisão.
O gigante das buscas criou um comitê de especialistas, que inclui nomes como Jimmy Wales, fundador da Wikipedia, para avaliar os impactos da decisão do TJUE. O grupo também incluirá pesquisadores e ex-membros de órgãos reguladores de países europeus. O objetivo é publicar, em um ano, um relatório que descreverá como a obrigatoriedade de remoção dos links a pedido dos usuários terá influenciado a qualidade dos resultados de busca do Google.
Para solicitar a remoção de links do buscador do Google, o usuário precisa enviar uma cópia de sua identidade, dados pessoais e indicar cada um dos links que gostaria de remover dos resultados de busca. Para cada link, é preciso enviar uma justificativa, que será avaliada pela equipe do Google. Em casos controversos, a empresa consultará os órgãos reguladores para decidir se os dados devem ser removidos.