Iniciada em Alagoas em 1984, a Pastoral da Criança foi implantada pela Igreja Católica, com o objetivo de evitar a mortalidade infantil no Estado, uma vez que, que no ano da implantação, o índice estadual era de 90%. Presente em 70 dos 102 municípios alagoanos e atendendo atualmente 21.293 mil crianças e 1.320 gestantes, que residem em 600 comunidades, a entidade completa 30 anos nesta quarta-feira (4), quando a voluntários, crianças e mães realizam um encontro comemorativo, que será realizado na quadra de esportes do Seminário Provincial Nossa Senhora da Assunção, situado em frente ao Colégio Marista, no bairro Farol, em Maceió.
Durante o encontro, que irá contar com a presença da coordenadora nacional da Pastoral da Criança, freira Vera Lúcia Altoé, será relembrado o trabalho realizado pela médica Zilda Arns, fundadora nacional da Pastoral da Criança, além de serem recordados todos os momentos marcantes da entidade em Alagoas. Isso porque, a Pastoral da Criança é formada por três mil voluntários em todo o Estado, sendo 90% deles mulheres, que atuam sem fins lucrativos, tendo como principal foco a conscientização das gestantes e mães para a prática de uma vida saudável, visando evitar, principalmente, a desnutrição e as doenças por ela provocadas.
De acordo com a coordenadora adjunta estadual adjunta da Pastoral da Criança em Alagoas, Amparo Torres, a entidade atua com a missão de promover a vida, principalmente em um estado marcado pela falta de políticas públicas que possibilitem a distribuição de renda de forma igualitária. “Como a desigualdade social está presente em nossa sociedade, é necessário que entidades possam atuar para orientar as pessoas para que, dentro de suas realidades, possam vislumbrar um futuro melhor. Esse tem sido o papel da Pastoral da Criança, que ao longo de 30 anos conseguiu reduzir drasticamente a mortalidade materna e infantil no Estado”, ressalta.
Histórico – A Pastoral da Criança nasceu no bairro Brejal, em Maceió, onde à época residiam mais de 4 mil famílias, que sobreviviam em estado de extrema pobreza e cujas crianças morriam por diarreia, desnutrição, pneumonia e outras doenças de fácil prevenção. Sob o comando da freira Vicência. Como primeira medida, os voluntários foram orientando as mães de crianças desnutridas a fazerem o soro caseiro, que salvou muitas crianças alagoanas da morte, em decorrência do extremo quadro de desnutrição.
Baseada em quatro pilares: saúde da gestante, aleitamento materno, vigilância nutricional e vacinação, a Pastoral da Criança conquistou a credibilidade dos alagoanos em pouco tempo e foi disseminada para as Dioceses de Palmeira dos Índios e Penedo, sempre contando com voluntários. “Como nosso trabalho acontece por meio do voluntariado, necessitamos contar com a colaboração de mais alagoanos para expandirmos o programa para os 102 municípios”, explica a coordenadora adjunta da Pastoral da Criança, ao informar que os interessados em integrar o movimento devem contatá-la por meio do telefone (82) 3338 – 1067 ou do e-mail al@pastoraldacrianca.org.br .
Para se tornar voluntário, a pessoa interessada deve participar de um treinamento e realizar o acompanhamento de famílias de baixa renda nas comunidades assistidas. “Mas o trabalho pode ser de outras formas, pois qualquer pessoa pode colaborar, seja capacitando os agentes multiplicadores ou colaborando com as ferramentas da sua profissão”, destacou Maria do Amparo Torres, ao evidenciar que o trabalho da Pastoral da Criança em Alagoas foi decisivo para ajudar na redução da mortalidade infantil.