Vitória. Boneca criada para simbolizar a redução da mortalidade infantil em Alagoas, que caiu 36,13% na atual gestão, passando de 21.57 mortes em 2007 para 15.19 em 2013, foi o grande destaque do Estado durante o XXX Congresso Nacional do Conasems. Distribuída no stand montado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) no rol de entrada do evento, que foi realizado de 1º a 4 deste mês, em Serra (ES), a boneca representou o feito inédito obtido pelo Governo do Estado, que fez Alagoas passar de último para 17º colocado no ranking nacional de mortalidade infantil, em uma escala que vai até 27.
Concebida por uma agente comunitária de saúde do interior de Alagoas, a boneca Vitória foi reproduzida pelo Governo do Estado para ser distribuída durante os Fóruns Viva Vida, realizados pela Sesau para discutir políticas públicas focadas na redução da mortalidade infantil. Em sua concepção, ela representa uma mãe que trás uma criança no colo, salva da desnutrição e, consequentemente da mortalidade infantil, graças à amamentação exclusiva com leite materno até os seis primeiros meses de vida.
Entre os congressistas que visitaram o stand da Sesau montado no XXX Congresso Nacional do Conasems, a mineira Liliene Oliveira, 38 anos, se encantou com a boneca Vitória e elogiou a iniciava do governo alagoano. “Realmente o trabalho realizado em Alagoas tem contribuído para evitar a morte de muitas crianças. A boneca representa muito bem esta conquista do povo alagoano, que alcançou uma grande vitória na luta pela redução da mortalidade infantil. É algo marcante, a boneca é muito criativa e o nome dado a ela foi uma ideia sensacional”, salientou.
De acordo com a responsável pelo stand da Sesau, Valdenita Azevedo, a boneca Vitória foi o brinde mais procurado durante o XXX Congresso Nacional do Conasems. “Ela realmente chamou atenção de todos àqueles que nos visitaram. Os congressistas queriam saber o que representava o protótipo de uma mãe com uma criança no colo. Ao explicarmos que ela foi o símbolo criado pelo Governo de Alagoas para marcar a redução da mortalidade infantil, todos ficavam encantados com a ideia, já que a boneca é feita de tecido, que remete a cultura genuinamente nordestina”, destacou.
Mortalidade cai 83% – E segundo dados do Fundo nas Nações Unidas para a Infância (Unicef), a mortalidade infantil em Alagoas caiu 83% em 22 anos, segundo estudo divulgado no final do ano passado. Esse índice, que é o maior do País durante o período pesquisado, comprova que as ações da Sesau têm surtido efeito positivo, segundo destaca o secretário de Estado da Saúde, Jorge Villas Bôas.
Isso porque, a redução da mortalidade infantil detectada em Alagoas é superior à nacional, que correspondeu a 77% entre os anos de 1990 e 2012. Uma evolução positiva que, segundo o Unicef, “é uma das mais significativas registradas pelo levantamento, realizado em 196 países”. Ainda de acordo com os dados divulgados no final de 2013, a redução constatada em Alagoas é superior a do Nordeste, que foi de 77,5%, e fez o Estado ficar à frente do Ceará (82%), Paraíba (81%), Pernambuco (80,9%) e Rio Grande do Norte (79,3%).
“Os dados comprovam que as ações realizadas pelo Governo do Estado, em parceria com os 102 municípios, têm surtido efeito positivo quanto à redução da mortalidade infantil. Quando o governador Teotonio Vilela assumiu o Executivo, colocou a redução da mortalidade infantil como uma prioridade e, graças ao trabalho dos nossos técnicos, de investimentos em programas estruturantes e parcerias firmadas com os gestores municipais, estamos vencendo a batalha contra a mortalidade infantil, que tirou a vida de muitas crianças, que poderiam contribuir para o desenvolvimento do Estado”, evidenciou o secretário de Estado da Saúde, Jorge Villas Bôas.
Ações Pontuais – Para conseguir reduzir a mortalidade infantil em Alagoas, o Governo do Estado implementou diversas ações estruturantes. Além de trabalhar com um sistema de planilhas paralelas para realizar a busca ativa dos óbitos, identificando a causa real, foram criados Comitês de Prevenção à Mortalidade Materna, Infantil e Fetal nos municípios alagoanos. Os Comitês de Vigilância do Óbito, segundo a Sesau, têm o papel de conhecer, analisar, propor e divulgar ações para evitar óbitos maternos, infantis e fetais.
Para estruturar a rede materno-infantil no Estado, o Executivo estadual criou o Programa de Implementação da Rede de Atenção Materno-Infantil do Estado de Alagoas (Promater) que, mensalmente, envia recursos para 40 maternidades públicas e conveniadas em todo o Estado. Visando incentivar a realização do pré-natal, também foi criado o Programa Cestas Nutricionais, cujos itens foram escolhidos em parceria com a Pastoral da Criança e o Unicef, que desenvolvem ações para reduzir a mortalidade materna e infantil.
O secretário de Estado da Saúde aponta que, além da queda nos óbitos infantis, apontada pelo Ministério da Saúde, Alagoas conseguiu melhorar outros indicadores. Em 2000 aproximadamente 19% das gestantes não realizavam nenhuma consulta antes do parto, mas em 10 anos, a taxa foi reduzida para 3%, fazendo com que o acesso ao atendimento crescesse 35%, enquanto que no Brasil o crescimento foi de apenas 8%.
Jorge Villas Bôas destaca que outra ação macro, que contribuiu para reduzir a mortalidade infantil no Estado, foi a melhoria do acesso à rede de esgoto, que duplicou somente nesta gestão, passado de 8% em 2009 para 20,8% em 2011, segundo a Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal).
Samu Neonatal – Para garantir agilidade no transporte sanitário dos recém-nascidos e crianças que necessitam de atendimento hospitalar, desde 2008 Alagoas conta com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) Neonatal. Representando uma iniciativa inédita no país, o programa “garante o transporte adequado para o recém-nascido de alto risco, que corre risco de morte, reduzindo efetivamente os índices de mortalidade infantil em Alagoas”, afirmou Jorge Villas Bôas.
Posteriormente, a Sesau criou o Samu Aeromédico (UTI Aérea), que conta com uma Unidade de Suporte Avançado (USA), exclusiva para o transporte dos recém-nascidos de qualquer um dos 102 municípios alagoanos. Funcionando há quatro anos, todos os dias da semana, entre as 7h e 17 horas, já que não pode atuar no período noturno, o serviço já salvou mais de 500 pacientes, entre adultos e crianças.