Ato contra Copa fecha duas estações da Linha 3-Vermelha do metrô de SP

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Ato contra Copa

As estações Carrão e Tatuapé da Linha 3-Vermelha do metrô, principal ramal de acesso ao estádio onde acontece, às 17h, o jogo de abertura da Copa, já funcionam normalmente. Ambas haviam sido fechadas pela polícia por questões de segurança, uma vez que manifestações anti-Mundial ocorreram em suas imediações. No momento, não há indícios de novos tumultos.

Fechada desde as 13h30, a estação Tatuapé do metrô foi reaberta pouco antes das 16h. O local havia sido palco de embates entre manifestantes do movimento Sem Direitos Não Vai ter Copa, organizado pelas redes sociais, e policiais.

Balanços não-oficiais dão conta da detenção de pelo menos quatro pessoas. A PM informou, no entanto, que um balanço somente será divulgado à noite, após a partida entre Brasil e Croácia. Durante as confusões de hoje, bombas de efeito moral foram disparadas e houve correria.

Apoiadores do movimento contra a Copa se dirigiram para o local por volta das 13h, após tentativa de bloqueio da Radial Leste, principal conexão entre as delegações e a Arena Corinthians.

Mais cedo, enfrentamentos com policiais militares já haviam acontecido nas imediações da estação Carrão do metrô, que também foi fechada. Na ocasião, lixo foi atirado nas ruas e placas e outras estruturas públicas, como postes e lixeiras, foram depredados e transformados em barricada numa das vias.

Em nota, a Polícia Militar informa que “agiu para impedir que baderneiros fechassem a Radial Leste, o que afetaria o direito de ir e vir de milhares de pessoas, inclusive aquelas que vão assistir à abertura da Copa do Mundo”.

Até o momento, há registro de duas jornalistas da rede norte-americana CNN feridas – a repórter Shasta Darlington sofreu um pequeno corte no braço e a produtora Barbara Arvanitidis foi atingida no pulso. Ambas foram socorridas por homens do Corpo de Bombeiros. Militantes da manifestação foram presos.

A manifestação pacífica do sindicato dos metroviários, iniciada na manhã desta quinta-feira (12) pela reintegração dos funcionários demitidos na última segunda-feira (9), foi encerrada mais cedo por líderes da categoria por conta do tumulto gerado pelo ato que acontecia em paralelo.

"Não queremos ser escudo contra polícia para ninguém", disse um dos representantes sindicais desde o carro de som.

Os confrontos entre homens da Polícia Militar e militantes de movimentos contra a realização do Mundial no Brasil começaram cedo. Pouco depois das 10h, quando tinha início o protesto, manifestantes foram impedidos por uma ampla barreira da Tropa de Choque da Polícia Militar de acessar a Radial Leste, principal via de ligação à Arena Corinthians, onde ocorre a abertura do Mundial, às 17h. A intenção dos protestantes era chegar ao estádio.

Foi neste momento de tensão inicial que as jornalistas da CNN ficaram feridas. Um vídeo da rede mostra a exata hora em que uma repórter é atingida por estilhaços enquanto narrava os conflitos no local. Para dispersar os manifestantes, homens da PM avançaram com escudos e lançaram bombas de efeito moral. Adeptos da tática black bloc queimaram sacos de lixo, jogaram pedras e arrancaram postes como resposta.

Os manifestantes pretendiam fazer a passeata pela Radial mas foram impedidos pelos militares, que procuram isolar toda a região onde a Seleção Brasileira enfrenta a Croácia para evitar tumultos e cenas de violência nas proximidades do estádio.

Apesar da tensa movimentação, o número de manifestantes, algumas dezenas, era ínfimo se comparado ao de policiais e de trabalhadores da imprensa, incluindo fotógrafos, câmeras e repórteres de veículos internacionais.

Convocado na véspera já com itinerário definido até o cordão de isolamento criado para garantir a segurança no entorno do estádio, o ato é organizado pelo coletivo Se Não Tiver Direitos, Não Vai Ter Copa.

Concomitante ao ato anti-Mundial, perto dali, na rua do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, localizada ao lado do Metrô Tatuapé, houve outro ato, no qual a categoria reivindicava a readmissão dos 42 funcionários demitidos devido à greve da categoria, encerrada na noite de segunda-feira (9). A intenção era fazer uma passeata apenas na rua da sede.

Pela proximidade dos dois locais, no entanto, manifestantes do ato contra o Mundial acabaram correndo em direção ao sindicato, enquanto a polícia agia com bombas. Segundo pessoas no local, adeptos da tática black bloc chegaram a jogar pedras contra o prédio dos sindicalistas.

A violência na rua levou a categoria a pedir aos manifestantes para entrar no prédio a fim de evitar feridos. Na via, ocorreram, além dos confrontos com a polícia, tensas discussões entre a ala mais radical do movimento anti-Copa e alguns trabalhadores do Metrô. Sindicalistas pediam o fim dos confrontos e das atitudes de vandalismo.

Na quadra do sindicato, representantes da categoria afirmaram: "Fomos agredidos pela Tropa de Choque, pela Polícia Militar. Nosso sindicato está sitiado da mesma forma que o dos metalúrgicos esteve na ditadura militar."

Fonte: IG

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