Um dos julgamentos do trio acusado de matar, comer a carne e esconder os restos mortais de mulheres em Olinda e Garanhuns já tem data: 20 de outubro, às 9h. O dia do júri popular dos réus Jorge Beltrão Negromonte da Silveira, Isabel Cristina Torreão Píres e Bruna Cristina Oliveira da Silva foi marcado pela juíza Maria Segunda Gomes de Lima, da Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Olinda, pelo assassinato de Jéssica Camila da Silva Pereira, então com 17 anos.
Segundo a denúncia do Ministério Público, a vítima foi assassinada em maio de 2008, no bairro de Rio Doce, em Olinda. Após o crime, os réus também passaram a criar a filha de Jéssica. Uma das acusadas, Bruna Cristina, ainda assumiu a identidade de Jéssica Camila.
Jorge, Isabel e Bruna estão sendo acusados por homicídio quadruplamente qualificado (por motivo fútil, com emprego de meio cruel, sem dar chance de defesa à vítima e para assegurar impunidade, ocultação e outros crimes) e ainda ocultação de cadáver e vilipêndio, o que significa desrespeitar o cadáver.
Os acusados vão permanecer presos até o dia do júri popular. A defesa deles ainda pode recorrer.
RELEMBRE O CASO – A polícia chegou até os acusados após a família de uma das vítimas, Alexandra da Silva Falcão, que teve os seus restos mortais encontrados na casa em que o trio vivia em Garanhuns, levar à delegacia uma fatura de cartão de crédito apontando que, embora ela estivesse desaparecida, compras estavam sendo feitas com a sua documentação em Garanhuns. Com a informação, foram solicitadas as imagens das câmeras de segurança da loja, que permitiram localizar os réus.
Presos em 2012, os acusados confessaram estar usando os documentos da vítima e afirmaram também ter matado Alexandra e Giselly Helena da Silva, também desaparecida. Em depoimento, eles também confessaram terem enterrado os corpos no quintal da própria casa. Quando chegaram à residência, os policiais foram recebidos por uma criança de apenas cinco anos que deu informações do crime para a polícia e apontou os locais onde estavam enterrados os corpos.
O trio foi encaminhado para o Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico (HCTP), em Itamaracá, a pedido da juíza Maria Segunda Gomes após a primeira audiência do caso no Fórum de Olinda no dia 25 de outubro. O laudo do HCTP indicou que eles não têm transtornos mentais e, por isso, podem ser julgados pelos crimes.