Como temido por moradores desde abril desse ano, a ‘residência’ que abriga menores infratores, situada no do Conjunto José da Silva Peixoto, no bairro do Jacintinho, não ‘segurou seus hóspedes’. A frágil estrutura de bloco da casa de detenção foi avariada e três adolescentes fugiram na noite desta quinta-feira, 19, depois de fazer um buraco na parede lateral da casa.
O ‘prenúncio’ da fuga foi denunciado pelos moradores do entorno ainda no mês de abril, quando 11 infratores foram alojados na casa. A transferência dos menores para a moradia se deu um dia antes da visita do ministro Joaquim Barbosa ao Núcleo Estadual de Atendimento Socioeducativo (Neas) em sua passagem por Alagoas, quando o ministro chamou de ‘jaulas’ as instalações oferecidas pelo governo do estado.
Os adolescentes, dois de 18 anos e um de 17, não tiveram dificuldades de escapar da residência, vigiada por dois monitores e dois policiais. A falta de estrutura da casa situada na Rua Professor Divaldo Franco foi denunciada por moradores ao Alagoas24horas. Há época, os moradores confirmaram que o imóvel tem mais de 30 anos, havia passado cinco desocupado e que a reforma para receber os internos durou, segundo moradores, pouco mais de uma semana. O Alagoas24horas teve acesso ao local, mas foi impedido de fazer imagens. Entre as falhas de segurança verificadas foi denunciado que a residência é coberta com telha de amianto e forrada com gesso, as grades das janelas são antigas (inclusive uma delas era vedada por um pedaço de papelão), o portão da varanda da casa onde os detentos tomam banho de sol é antigo e no momento em que nossa equipe de reportagem esteve no local ele estava apenas encostado (sem tranca ou cadeado).
No dia seguinte à transferência dos menores, ainda e abril, um espeto de fabricação caseira foi encontrado com um dos menores. "Apesar da aparência de insegurança, lá dentro as portas são reforçadas com chapas de ferro,” argumentou nossa fonte.
A assessoria de Secretaria da Paz diz que não responde pelos menores desde novembro do ano passado e informou que a responsabilidade é da Secretaria de Ressocialização e Inclusão Social (Seris), secretaria criada no dia 14 de maio deste ano – seis meses depois que os menores deixaram de ser de responsabilidade da Sepaz. Nossa equipe de produção tentou então contato com a Seris, sem sucesso. O mesmo se deu na tentativa de falar com um responsável pela Superintendência Geral de Administração Penitenciária (Segap). Na prática, Sepaz, Seris e Segap são administradas pelo coronel Carlos Luna.