Já existe entre os fundadores da Rede Sustentabilidade a avaliação de que foi um erro se juntar ao PSB nas eleições deste ano. A ex-ministra Marina Silva é vice na chapa do presidenciável Eduardo Campos (PSB). “Há algo muito pior do que rebeldia, é um ambiente de desanimo”, explica um fundador do grupo. Segundo ele, a prioridade é conseguir transformar a Rede em um partido político o quanto antes. No ano passado, o registro foi negado pelo TSE pela falta de apoios necessários para a homologação. Por enquanto, o grupo só não cogita desembarcar totalmente da candidatura de Campos por consideração a Marina e aos colegas que disputam a eleição proporcional. Eles ficariam em uma situação constrangedora caso os aliados não participassem da campanha.
Em São Paulo, a Rede não deve apoiar a candidatura do tucano Geraldo Alckmin à reeleição, como farão o PSB e o PPS, outro partido da coligação de Campos. A possibilidade de entrar em outras campanhas, no entanto, está descartada por enquanto. Havia um diálogo com o Psol formado em torno da candidatura do professor de Filosofia da USP (Universidade de São Paulo) Vladimir Safatle. O pai dele, o professor de Economia Fernando Netto Safatle, é inclusive um dos fundadores da Rede em Goiás. Depois de o diretório paulista do Psol trocar a candidatura ao Palácio dos Bandeirantes de Safatle pela do cartunista Gilberto Maringoni, a conversa não foi mais retomada. As coligações de apoio às candidaturas do ex-ministro Alexandre Padilha (PT) e do empresário Paulo Skaf (PMDB) também são vistas com muitas restrições, principalmente pela aliança com políticos conservadores.
Em busca de mais um mandato na Câmara dos Deputados, a ex-prefeita de São Paulo Luiza Erundina (PSB) decidiu não participar da campanha majoritária no Estado, onde seu partido apoia a reeleição do governador Geraldo Alckmin (PSDB). “Temos de deixar de servir como força auxiliar de um projeto sem identidade com o nosso. Não adianta ter um discurso de mudança e não sinalizar para isso na prática”, afirma. A ideia de Erundina é fazer sua campanha e ajudar o presidenciável de seu partido, Eduardo Campos, em São Paulo e em outros estados, se for chamada. A deputada diz que pretende fazer dobradas dentro de seu partido, mas só com políticos com quem tem afinidade ideológica.
O alckimista
Para Luiza Erundina, o presidente do PSB paulista, deputado Márcio França, anunciou uma candidatura própria a governador, mas não fez qualquer esforço para viabilizá-la. “Ele foi vitorioso em sua estratégia desde o início, de trabalhar dentro do partido pela reeleição de Geraldo Alckmin”, diz. França deve ser vice na chapa do tucano.
Ratinho apoia nome do PTB-SP
O PTB paulista fará sua convenção no próximo domingo e deve confirmar o apoio à candidatura do tucano Geraldo Alckmin ao governo. Mas terá candidato próprio ao Senado: Marlene Campos Machado, mulher do líder do partido na Assembleia Legislativa de São Paulo, Campos Machado. Marlene recebeu apoio do apresentador Ratinho, do ex-deputado Celso Russomano, do PRB, e do presidente nacional do PEN, Adilson Barroso.
Filho de ex-presidente de TJ é candidato
Ex-coordenador de Juventude do Estado de São Paulo Guilherme Sartori será candidato a deputado federal pelo PTB. Ele é filho do desembargador Ivan Sartori, presidente do Tribunal de Justiça paulista no biênio 2012/2013, que teve sua tentativa de disputar a reeleição ao cargo proibida pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
“A nossa tese da candidatura própria é mais apaixonante. A outra é puramente eleitoral, um acordo político” – Rodrigo Rocha Loures, ex-deputado federal (PMDB-PR) e integrante da executiva nacional do partido, em defesa da candidatura própria ao governo de seu Estado