A Copa do Mundo do Brasil trouxe com ela alguns estádios candidatos a elefantes brancos após a disputa do torneio. Com investimentos altíssimos, essas arenas terão uso adequado por 30 dias e, depois, possivelmente ficarão às moscas.
Se você ainda não tem essa certeza, basta uma boa olhada no público que tem frequentado as partidas do Mundial. Um particularidade desta edição pode dar a noção exata de qual campo deve continuar com a bola rolando depois do dia 13 de julho: o excesso (e a falta) de camisas de clubes nas arquibancadas.
Se o jogo é na Fonte Nova, em Salvador, torcedores de Vitória e Bahia se infiltram no aglomerado de estrangeiros e exibem com orgulho a paixão que, em muitas vezes, supera a que eles têm pela seleção brasileira.
Quando o árbitro apita na Arena Corinthians, em São Paulo, os gritos de "Chi chi chi, le le le" rapidamente são ofuscado pelo canto de "Timão eoo".
O mesmo vale para Porto Alegre, Curitiba, Rio de Janeiro, Fortaleza, Recife, Belo Horizonte e até Natal, com os poucos mais fiéis torcedores de América-RN e ABC.
O cenário muda um pouco, no entanto, quando analisamos o público nas arenas de Brasília, Cuiabá e Manaus.
No último jogo do Mané Garrincha, entre Brasil e Camarões, não se via camisas de Brasiliense ou Gama. Em Cuiabá, o Mixto pode passar vergonha se vier a mandar um jogo na Arena Pantanal. Também por lá, nem sequer uma camisa do Luverdense, time da vizinha Lucas do Rio Verde que joga a Segunda Divisão do Brasileirão.
Na Arena Amazônia, a mesma coisa: os modestos Nacional, Fast Clube e Princesa dos Solimões são muito pouco representados nos jogos de seleções.
Na Copa do Mundo do Brasil, os torcedores de clubes nos mostram onde o exorbitante dinheiro investido pode valer a pena.