O apresentador Luciano Huck, da TV Globo, publicou em suas redes sociais nesta terça-feira, 24, a chamada "Ta no Rio? Solteira? Quer 1 principe encatado entre os ‘gringos’ q estão na cidade. Mande fotos e o pq; namoradaparagringo@globomail.com" que foi interpretada por muitos de seus seguidores como um estímulo ao turismo sexual no Rio de Janeiro.
Huck postou o mesmo texto em seu Facebook e conseguiu mais de 22 mil curtidas e quase 3 mil compartilhamentos, segundo o Blog do Julio Hungria, antes de ser retirado do ar algumas horas depois.
A grande crítica feita ao conteúdo dos posts é que ele vai na contramão dos esforços de governantes e organizações de direitos humanos, e Luciano Huck não parece preocupado em garantir o fim do turismo sexual no Brasil.
Um exemplo dessa postura que ignora esse tipo de ação pública se deu no caso da banana lançada no jogador Daniel Alves durante um jogo do Barcelona. Na ocasião, Huck aproveitou para ganhar dinheiro vendendo camisetas com a insígnia racista “#somostodosmacacos”.
Agora, não soa inocente o convite feito por ele às “solteiras”. Luciano Huck mais parece estar inaugurando um novo negócio como promotor público de turismo sexual.
Como resposta à pressão de movimentos sociais e de direitos humanos preocupados com a exploração do turismo sexual, especialmente no período da Copa do Mundo, a presidenta Dilma Rousseff usou seu perfil no Twitter para reafirmar que o Ministério do Turismo, a Secretaria de Política para as Mulheres e a Secretaria de Direitos Humanos estão firmes no combate à exploração sexual durante o evento.
Uma questão que surge é que, como a chamada foi veiculada em um de seus sites institucionais, é preciso avaliar o grau de responsabilidade que a Rede Globo tem sobre esse tipo de conteúdo. Até por se tratar de um de seus principais expoentes.
Apesar das manifestações e do dito “aperto” dos governos às ações de promoção ao turismo sexual, não faltam exemplos de provocações e chamarizes públicos aos visitantes que vão muito além dos gramados e dos craques de cuecas.
Espera-se que os governos e suas autoridades se manifestem e cobrem responsabilidades. A omissão neste caso reforça a ideia de mais um lamentável legado da Copa: a tolerância e a conivência ao turismo sexual e à violência contra as mulheres.