A expectativa do mercado financeiro para a expansão da economia brasileira neste ano recuou pela quinta vez seguida na semana passada, informou nesta segunda-feira (30) pelo Banco Central.
Segundo o boletim Focus, fruto de pesquisa feita pelo Banco Central com mais de 100 instituições financeiras, a previsão para 2014 é de um aumento de 1,10% – na pesquisa anterior, os economistas esperavam alta de 1,16% no PIB deste ano. Para 2015, a previsão recuou de 1,6% para 1,5% na sexta queda consecutiva.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços feitos em território brasileiro, independentemente da nacionalidade de quem os produz, e serve para medir o crescimento da economia.
A revisão para baixo da estimativa de crescimento do PIB após a divulgação do resultado do primeiro trimestre. No fim de maio, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a economia do país registrou expansão de 0,2% nos três primeiros meses do ano, em relação ao quarto trimestre de 2013, com destaque para o bom desempenho da agropecuária.
O aumento do PIB do país previsto para 2014 pelo mercado financeiro continua abaixo do estimado no orçamento federal, de 2,5%, e também menor que a previsão divulgada pelo Banco Central na semana passada, de alta de 1,6%.
Inflação
Os analistas do mercado também mantiveram, na semana passada, em 6,46% a previsão para 2014 do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país e calculado pelo IBGE.
Com isso, o valor permanece próximo do teto de 6,5% do sistema de metas de inflação para o ano. A previsão chegou a ultrapassar o teto em abril, mas depois recuou. Para 2015, a expectativa do mercado para o IPCA permaneceu em 6,10% na semana passada. Foi a quarta elevação seguida neste indicador.
Pelo sistema que vigora atualmente no Brasil, a meta central tanto para 2014 quanto para 2015 é de 4,5%. Entretanto, há um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Desse modo, o IPCA pode oscilar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta da autoridade monetária seja formalmente descumprida.
Taxa de juros
Os analistas do mercado financeiro também mantiveram, na semana passada, a estimativa de que a taxa básica de juros (Selic) da economia brasileira ficará estável, no atual patamar de 11% ao ano, até o fechamento de 2014.
No fim de maio, a taxa foi mantida estável pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central – o que interrompeu um ciclo de nove altas consecutivas ao longo de 13 meses. Para o fim de 2015, a previsão dos analistas para o juro básico da economia permaneceu em 12% ao ano.
Câmbio, balança comercial e investimentos estrangeiros
Nesta edição do relatório Focus, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2014 permaneceu em R$ 2,40 por dólar. Para o término de 2015, a previsão dos analistas para a taxa de câmbio ficou estável em R$ 2,50 por dólar.
A projeção para o superávit da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações) em 2014 ficou inalterada em US$ 2 bilhões na semana passada. Para 2015, a previsão de superávit comercial recuou de US$ 10 bilhões para US$ 9,9 bilhões.
Para este ano, a projeção de entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil permaneceu em US$ 60 bilhões. Para 2015, a estimativa dos analistas para o aporte de investimentos estrangeiros subiu de US$ 55,4 bilhões para US$ 55,6 bilhões.