“Venha buscar uma luz para sua vida. Com 30 anos de experiência ajudando as pessoas a serem felizes”. Foi com essas palavras que uma suposta conselheira espiritual e benzedeira conseguiu enganar um casal de Alterosa (MG). Na tentativa de salvar o casamento em crise, o motorista Paulo da Silva e a professora Luziane Aparecida dos Reis foram convencidos pela golpista a vender a casa onde moravam. Alegando que o imóvel era amaldiçoado, a falsa conselheira espiritual disse que iria benzer o dinheiro para a compra de uma nova residência, mas fugiu com a quantia da venda: R$ 65 mil.
Segundo a professora, ela e o marido procuraram a ajuda da mulher, que atendeu o telefone marcado no panfleto. A mulher se apresentou apenas como Gabriela e morava com uma filha de 8 anos. Durante vários dias, o casal conversou com a benzedeira em uma casa no Centro da cidade. Durante um dos encontros, a mulher pediu para eles venderem a casa onde moravam.
“Ela disse que aquilo estava atrapalhando a nossa família e que nós deveríamos levar esse dinheiro pra ser abençoado para depois comprarmos outro imóvel”, conta Luziane.
Após a casa ser vendida, o casal deu o dinheiro para a suposta conselheira, que devolveu a quantia. No entanto, a golpista pediu para que Luziane levasse novamente o dinheiro para ser benzido, já que o primeiro ritual não havia dado certo. Contrariando o marido, a professora levou a quantia para ela, mas quando retornou no dia seguinte para pegar o dinheiro, conforme o combinado, a mulher já tinha fugido.
Depois do golpe, o casal tentou ligar novamente para os números de telefones que apareciam no folheto, mas as ligações caiam na caixa postal. “Quando eu não a achei na casa dela e vi que as ligações davam caixa postal percebi que havia caído em um golpe. Eu não desejo isso pra ninguém, porque é uma dor muito grande você construir sua casa pra depois uma pessoa aproveitar da sua fé te dar um golpe tão grande como este”, lamenta a professora.
Segundo a Policia Militar, a benzedeira havia alugado a casa há dois meses no nome de outra pessoa. A golpista ainda não foi identificada.