Em protesto contra uma ordem de reintegração de posse, sem-teto – ligados ao Movimento Via do Trabalho (MVT) – ocupraram o prédio-sede da Prefeitura de São Luiz do Quitunde, a 63 km da capital. Apenas o serviço de recebimento de comprovante de rendimento está sendo realizado durante todo o dia desta quarta-feira, dia 2, no prédio do poder público municipal.
O protesto ocorre contra uma decisão judicial que determina a desapropriação das moradias destinadas as vítimas da enchente de 2010. A execução do despejo está programada para esta quinta-feira (3) com o apoio do Batalhão de Operações Policiais Especiais da Polícia Militar de Alagoas (Bope).
Os manifestantes alegam que há inúmeras irregularidades no programa de habitação gerido pela prefeitura, que vai de desvio de recursos à inclusão de pessoas que não “necessitam de moradias”. Segundo a dirigente do movimento, Sônia Tavares, até vereadores estão incluídos no cadastro de vítimas da enchente de 2010.
Ainda de acordo com ela, das 120 moradias que seriam construídas com o objetivo de abrigar as vítimas da última enchente no município, apenas 58 foram erguidas. “Agora imaginem só, as moradias estão todas com problemas na infraestrutura, com rachaduras na estrutura, faltando tudo e com materiais que fazem vergonha”, disparou a líder.
Questionada se os ocupantes são vítimas da última enchente, ocorrida nos meados de 2010, a manifestante respondeu que não, mas que muitos ocupantes estão em cadastro da prefeitura há mais de nove anos.
“Sabemos que há irregularidades no cadastro e que pessoas são incluídas nos programas sem serem vítimas, então nós organizamos as pessoas que estão sofrendo sem condições de pagar alugueis e ocupamos para garantir o nosso direito à moradia”, defendeu.
Segundo Tavares, a prefeitura só será liberada quando os manifestantes forem recebidos pelos gestores. “E mesmo assim quando eles nos garantirem que os ocupantes receberão alugueis sociais e estão com as moradias garantidas, caso contrário só saímos com a polícia nos tirando”, concluiu.