Além das certificações de excelência pela qualidade dos exames realizados e pelo atendimento disponibilizado aos doadores de sangue e medula óssea, os Hemocentros de Alagoas (Hemoal) e Regional de Arapiraca (Hemoar) conquistaram mais uma certificação positiva. De acordo com o Ministério da Saúde (MS), as duas unidades alagoanas oferecem o mais qualificado atendimento do Nordeste aos portadores de hemofilia, que é caracterizada por uma alteração genética e hereditária, que causa deficiência de fatores responsáveis pela coagulação do sangue e atinge 209 alagoanos.
O atendimento disponibilizado aos hemofílicos pelo Hemoal e Hemoar é considerado de excelência porque, segundo o MS, os dois hemocentros alagoanos ocupam a primeira colocação no ranking nacional que mede a utilização dos Fatores VIII e IX, indispensáveis à coagulação do sangue. Isso porque, na escala que mede a utilização dos fatores de coagulação, que vai de zero a três, o Hemoal e Hemoar atingiram 2.05, que os deixam na primeira posição do Nordeste e na quinta colocação entre os 27 estados brasileiros, atrás apenas do Distrito Federal, Paraná, Goiás e Rio Grande do Sul.
Para atingir o nível de excelência, a direção da Hemorrede Pública de Alagoas investiu na capacitação da equipe multidisciplinar, na aquisição de equipamentos de ponta para o laboratório que realiza os exames de diagnóstico, em equipamentos para acondicionar adequadamente os fatores de coagulação, na organização da dispensação da medicação e no treinamento dos pacientes e seus familiares. Isso porque, além de serem aplicados no Hemoar e Hemoal, os Fatores VIII e IX também podem ser levados para as residências dos pacientes, visando facilitar o acesso ao tratamento, cujo monitoramento ocorre por meio do Programa Coagulopatia Web.
Por meio deste programa, os portadores da doença são cadastrados e monitorados quanto às intercorrências, importância da vacinação, evolução clínica e dispensação da medicação, que é de fácil preparo e aplicação. Com isso, segundo a diretora da Hemorrede Pública de Alagoas, Verônica Guedes, os pacientes tratados pelo Hemoal e Hemoar passaram a receber os fatores em suas residências, para aplicá-los em si mesmos de forma preventiva, quando complicações da doença são desencadeadas.
“Desse modo, evitamos que os pacientes sofram crises dolorosas e sequelas que podem levar ao comprometimento da locomoção ou provocar mortes. Através de uma equipe multidisciplinar, que fornece conhecimento a cerca da doença, do autocuidado e sobre a importância de realizar as consultas e adesão ao tratamento, é ensinado como preparar a aplicação do medicamento por via endovenosa e, com isso, os próprios pacientes podem fazer a quimioprofilaxia, evitando o surgimento de hemorragias”, destaca.
Constatação – Entre os beneficiados com o serviço assistencial da Hemorrede Pública de Alagoas está o aposentado Evibeldo de Albuquerque, 66 anos, que só descobriu ser portador da hemofilia aos 18 anos. “Mesmo com o diagnostico tardio, não fiquei com sequelas. Consigo levar uma vida normal, porque sigo o tratamento regularmente, sempre comparecendo periodicamente ao Hemoal para buscar os fatores de coagulação e fazer o acompanhamento da doença”, relata.
Evibeldo de Albuquerque afirma que o tratamento recebido no Hemoal tem ajudado os hemofílicos alagoanos a terem uma vida sem maiores complicações. Isso porque, caso o portador da doença não siga à risca as recomendações médicas e não utilize os Fatores VIII e IV, poderá sofrer hemorragias graves, ficando impossibilitado de praticar atividades esportivas, a exemplo da natação e musculação.
