A solicitação de retorno do ponto de ônibus utilizado por membros da Associação de Deficientes Físicos de Alagoas (Adefal) na Avenida Fernandes Lima, no Farol, acabou ocasionando um impasse junto com a Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT), na manhã desta quarta-feira (9), na sede das Promotorias de Justiça da Capital.
A reunião presidida pelo promotor Flávio Gomes de Barros terminou com a decisão de impossibilidade de embarque no ponto localizado em frente ao Instituto Zumbi dos Palmares (IZP), que era reivindicação da Adefal. De acordo com a proposta da SMTT, o desembarque de passageiros poderá ser feito no ponto, mas o embarque está negado. “O IZP é tido como um ponto de retenção e que não disponibiliza outras faixas para ultrapassagem do ônibus”, alega Tácio Melo, superintendente da SMTT.
A reivindicação da Adefal, representada pelo presidente Luiz Carlos Santana, é de que com a retirada do espaço, os pacientes da Adefal passaram a andar um percurso maior compreendido entre a entidade – na Rua Clementino do Monte – e o ponto de ônibus. De acordo com levantamento da SMTT, o antigo ponto até a Adefal, a distância é de cerca de 346 metros, com a transferência para o Centro Educacional de Pesquisas Aplicadas (Cepa) a distância aumentou para 550 metros.
“Não temos como saber quem realmente é ou não é usuário dos servirços prestados pela Adefal. No embarque todos utilizavam aquele ponto e existia assim uma retenção de outros veículos, inclusive aqueles que saíam do Cepa. Infelizmente para gerir nem sempre se toma medidas populares”, destacou Tácio.
A medida deve contar agora com a colocação de uma placa de trânsito que deve informar os condutores que a parada no IZP pode ser utilizada para desembarque de passageiros deficientes físicos. Segundo o presidente da Instituição, Luiz Carlos Santana a medida não resolve o problema.“Pode ocorrer deficiência das pessoas que fazem o tratamento na Adefal pela dificuldade de acesso até a sede. Você sabe que quando falamos em acessibilidade você tem que garantir o acesso dessas pessoas ao serviço público de saúde. Então com certeza isso vai gerar um problema bem maior”, diz o presidente Luiz Carlos Santana.
Com o aumento da distância, Santana alega que alguns deficientes saem cansados do tratamento que fazem na Adefal e que vão apresentar dificuldades em se adaptar a rotina e ao aumento na distância.
Mobilização
Para tentar sensibilizar a sociedade e o Poder Público o movimento da pessoa com deficiência física de Alagoas irá realizar na quinta-feira (15) às 8h um ato público em frente ao antigo ponto de ônibus localizado na esquina da Rua Clementino do Monte, Farol (Rua da ADEFAL). Na ocasião o grupo irá reivindicar na rua o retorno do ponto. Segundo os organizadores do movimento se preciso for à faixa azul será interditada.
O Alagoas24Horas esclarece que não houve acordo entre as partes, conforme havia divulgado anteriormente. Matéria atualizada às 16h.