A base comunitária da Polícia Militar de Alagoas (PM/AL) situada no conjunto habitacional Selma Bandeira, no Complexo Benedito Bentes foi alvo, na noite desta quinta-feira, 10, de ataque promovido por um grupo de criminosos que efetuou seis disparos contra o prédio. No momento do ataque, nove pessoas – entre crianças e adultos – efetuavam inscrição para um campeonato comunitário de futebol. Outros cinco militares estavam na base.
O Complexo é conhecido pelos altos índices de criminalidade e homicídios com requintes de crueldade – a exemplo do que vitimou Maria de Lourdes Farias de Melo, 27 anos, morta há quase três anos (24 de julho de 2011), no conjunto Carminha. Na ocasião, a vítima foi retirada de casa enquanto dormia com o marido e os filhos, esquartejada em via pública, teve a cabeça colocada em uma estaca e, com o sangue de um dos braços da vítima, os criminosos escreveram na parede a palavra ‘cabueta’ (delator).
Esse crime ganhou destaque em mídia nacional e foi reportado também pelo Alagoas24horas. Na ocasião, o crime foi atribuído ao tráfico de drogas e sua brutalidade seria um ‘aviso’ aos moradores para não contribuem com o trabalho da polícia. Em virtude desse assassinato foi implantada em Alagoas a primeira base da Polícia Comunitária, no próprio Carminha.
Segundo o tenente-coronel Mario Jorge, que responde pelo 5° BPM, o ataque contra a base comunitária do Selma Bandeira foi realizado também por traficantes e foi efetuado em represália às constantes prisões e apreensões realizadas pela polícia na região. Pelo menos três traficantes participaram diretamente do ataque de ontem.
Ainda de acordo com o comandante, não há registro de ferido e os disparos atingiram somente a vidraça da base comunitária.
Prisões
“Ninguém foi preso,” confirma o cabo Ramos. A do Selma fica localizada em uma região que serve de rota de fuga. “Seria quase impossível capturar os acusados, pois eles conhecem detalhadamente a região”, destaca o cabo.
Ainda de acordo com o cabo, o trabalho da polícia teria gerado prejuízo de mais de R$ de R$ 1,5 milhão a mesma organização criminosa. “Eles são tão ousados que após a saída da força de apoio que envolveu Bope, Cavalaria e RP da base do Carminha, eles atiraram novamente contra o prédio, só que desta vez de uma grota que tem por trás”, concluiu.
No momento oito viaturas da PM e policiais do Bope estão na base do Selma Bandeira.