A missa do Papa Francisco neste domingo (13), no Vaticano, recebeu dezenas de fiéis argentinos e alemães com bandeiras dos países e camisas das seleções que fazem à tarde a final da Copa do Mundo no Estádio do Maracanã, no Rio. Tinha até freira levando a camisa de Lionel Messi para mostrar ao pontífice.
Pais levaram seus filhos uniformizados de argentina. Um grupo de alemãs também levou a bandeira do país europeu para a Praça São Pedro, no Vaticano, em Roma, que ficou abarrotada de gente.
A final entra Alemanha e Argentina tem como curiosidade um "duelo" entre os papas Francisco, que é argentino, e Bento XVI, o Papa Emérito, que é alemão.
Jorge Mario Bergoglio, de 77 anos, é nascido em Buenos Aires. Foi escolhido como pontífice no conclave de março de 2013, após a renúncia de Bento XVI, e optou pelo nome Francisco. É o primeiro papa latino-americano da Igreja Católica e, como bom argentino, é fanático por futebol. Já deu demonstrações públicas de afeto pela seleção de seu país, mesmo com o "pedido de neutralidade" feito por autoridades de outros países.
Seu antecessor, o alemão Joseph Ratzinger, de 87 anos, nasceu na cidade alemã de Marktl am Inn e foi escolhido como Papa no conclave de 2005, após a morte de João Paulo II. Ele optou pelo nome de Bento XVI e renunciou ao cargo em fevereiro de 2013, tornando-se Papa Emérito. Nunca demonstrou publicamente ser torcedor de algum time, mas já reconheceu em um texto o valor do futebol como uma maneira de ensinar a importância do espírito de equipe.
Apesar da situação curiosa no Vaticano, é pouco provável que eles dois assistam ao jogo juntos, segundo informou a Santa Sé.
Durante a missa, o papa Francisco não fez nenhuma referência à Copa do Mundo. O pontífice fez uma convocação a rezar pela paz no Oriente Médio. Após a tradicional reza dominical Ângelous, ele pediu a todos que tiverem responsabilidade política "em nível local ou internacional" para "não pouparem orações nem esforços" para deter o "trágico" conflito entre Israel e Gaza.
O pontífice fez o pronunciamento da janela de seu apartamento, diante milhares de pessoas que abarrotaram a praça de São Pedro do Vaticano. Em seguida, Francisco pediu aos congregados para acompanhá-lo "em silêncio" em sua oração, na qual defendeu o fim do conflito.
"Guerra nunca mais! Com a guerra se destrói tudo! Deus, nos dê a coragem suficiente para dar passos concretos que construam a paz… Faz-nos escutar o grito dos que pedem para transformar as armas em instrumentos de paz, nossos medos em confiança e nossas tensões em perdão", disse.
Em 8 de junho, o pontífice recebeu no Vaticano os presidentes de Israel e da Autoridade Nacional Palestina, Shimon Peres e Mahmoud Abbas, respectivamente, com que protagonizou um "encontro de oração" para invocar a paz no Oriente Médio.
Foi um encontro histórico no qual ambos os líderes conversaram e inclusive plantaram juntos nos Jardins Vaticanos uma oliveira, símbolo da paz. Francisco assegurou hoje "manter ainda na lembrança" o acontecimento que, segundo disse durante sua alocução, "não foi em vão".
"Alguém poderá pensar que esse ato aconteceu em vão. Mas não, porque a oração nos ajuda a não nos deixar vencer pelo mal e a não nos resignarmos a que o ódio ou a violência tomem o lugar do diálogo e da reconciliação", afirmou.
Ao final desse encontro sem precedentes, tanto Peres como Abbas disseram ao papa estar preparados para tentar conseguir o mais rápido possível a paz na região.
No entanto, Israel e a Faixa de Gaza protagonizam durante a última semana uma escalada de violência que já matou 165 palestinos e mais de mil feridos, segundo o Ministério da Saúde em Gaza.