Criar, fortalecer e consolidar novos grupos de pesquisa em Alagoas fazem parte da proposta do Programa de Apoio a Núcleos Emergentes (Pronem). A iniciativa é do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa de Alagoas (Fapeal). Com recursos que superam R$ 1 milhão, o Pronem vem sendo realizado no estado desde 2011, quando 10 projetos de diversas áreas do conhecimento, como saúde e tecnologia, foram selecionados.
O fomento a grupos emergentes sinaliza avanços na área científica local, por meio do incentivo aos que ainda não têm a expertise necessária para concorrer com grupos de pesquisa mais avançados. A função do Pronem é observar os grupos que têm essa capacidade, mas ainda não atingiram certo nível de excelência, e motivá-los para que se desenvolvam ainda mais, em âmbito nacional e internacional.
Os núcleos emergentes são grupos compostos por, no mínimo, três pesquisadores de uma ou mais instituições, sejam elas públicas ou privadas sem fins lucrativos.
As linhas de pesquisa contempladas foram divididas em experimentais, com financiamento de até R$ 300 mil, e não-experimentais, que receberam o aporte de até R$ 200 mil. A ação está alinhada com as diretrizes do Eixo 04 do Plano Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação de Alagoas.
Estudos originais
Os critérios para a escolha obedecem a produção científica do grupo ou do líder da equipe. A pesquisa deve ser original e relevante para o desenvolvimento científico, tecnológico e de inovação do país e a equipe deve ter qualidade e regularidade na produção. No caso de projetos inovadores, também contam ações cooperativas entre universidades e empresas.
As pesquisas selecionadas em 2011 ainda estão em andamento, já que o edital do Pronem tem um ciclo de até 36 meses de desenvolvimento.
Novas opções para doenças pulmonares
As áreas de estudo contempladas pelo Pronem são bastante variadas. O projeto Novas Estratégias Terapêuticas para Doenças Inflamatórias Pulmonares, por exemplo, atingiu diversas metas ao longo dos últimos três anos. Uma delas foi o desenvolvimento de novos produtos a partir de diferentes compostos obtidos de plantas que, em estudos anteriores, mostraram-se potencialmente eficientes para tratar inflamações.
Obtivemos resultados positivos para a asma e para a doença inflamatória pulmonar aguda. Os modelos foram desenvolvidos em animais, de forma a imitar o que pode acontecer com humanos. Duas frentes foram trabalhadas, com o instituto e com o Instituto de Química da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), sendo o Pronem importantíssimo para a nucleação desse grupo”, disse o professor doutor do Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde da Ufal (ICBS), Emiliano Barreto.
De acordo com o pesquisador, o Pronem contribuiu com a investigação, sobretudo em três pontos: garantiu condições de infraestrutura, proporcionou formação de recursos humanos em nível de excelência e forneceu novas evidências científicas, ou seja, resultados inéditos.