O ministro da Saúde, Arthur Chioro, rebateu, na manhã desta segunda-feira (18), as constantes críticas à condução do programa Mais Médicos, que prevê um trabalho integrado de médicos brasileiros e estrangeiros no Brasil. O programa é umas das principais bandeiras de luta do governo Dilma, que tenta a reeleição este ano.
Durante coletiva de imprensa realizada em um hotel no bairro de Jatiúca, Chioro respondeu a crítica de médicos brasileiros que estariam sendo desvalorizados em favor dos estrangeiros. “Olha, o programa recebeu muitas críticas exatamente daqueles que têm interesses corporativos. Nós não temos nada contra, mas nosso compromisso é com a população que não tinha o atendimento médico e que isso vem dando certo”, disse.
De acordo com o ministro, o Governo Federal pretende investir na criação de novas vagas para os cursos de medicina em municípios menores. Além disso, segundo Chioro, existe ainda um investimento na realização de residências médicas nesses lugares de modo a 0valorizar e segurar o profissional no local.
“Queremos que o Brasil tenha um número de médicos por mil habitantes parecido com que os países com sistema mais organizado. Essa história de que o Brasil não tinha médicos e que o problema era a concentração, não passa de um argumento corporativo daqueles que não tem conhecimento do que tão falando”, disparou.
Desistências
De acordo com dados do Ministério da Saúde, de um total de 14.462 médicos contratados pelo programa, 7,8% dos médicos brasileiros desistiram do programa contra outros 1% de estrangeiros. “Nós não podemos deixar a população esperando se há a oportunidade de trazer pessoas de outros países. Há médicos brasileiros, gente de varias nações, enquanto essa medida de ampliação de vagas de medicina, e que demora em média seis anos, não for cumprida", avisa.
Ainda para Chioro, países como a França, Canadá e Inglaterra possuem uma cota de médicos vindos de outros países. "Os países mais avançados trazem uma cota de médicos de fora, principalmente para regiões de maior difícil provimento”, justifica.
Salários de R$ 12 mil não são atrativos
Em Alagoas, vários municípios do interior oferecem em média R$ 12 mil ao médico brasileiro que decide atender nesses locais. Mesmo com o salário, a procura de profissionais não atende a expectativa do governo federal. “Eles alegam que o valor é insuficiente e reclamam da distância, outra parte sai do programa porque busca se especializar”, informa a presidente do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde (COSEMS), Normanda Santiago.