O suplente de vereador, Júnior Barbosa, disse durante o depoimento à Polícia Civil que a morte do cabo eleitoral, Edivaldo Guilherme da Silva, o Baré Cola, em 2006, desencadeou uma série de assassinatos em Maceió. O crime teria motivado outros sete homicídios e a ordem era que todos os envolvidos no caso fossem eliminados.
Alguns dos crimes relacionados a morte de Baré Cola foram a de um policial civil identificado como Gilson, que ocorreu em um bar, no bairro Ponta da Terra; o assassinato de um homem que Júnior chamou de “Bolinha” e a execução de um despachante morto na Ladeira do Óleo.
“Me sinto um caixão ambulante”, disse acrescentando que só não morreu porque procurou o Ministério Público. Há cerca de dois anos começou a receber ameaças de morte e procurou a promotora Marluce Falcão. Júnior afirma que a morte do cabo eleitoral teve como motivação uma confusão por causa de um terreno de sua propriedade e também com seu envolvimento com a política. “Meu erro foi não ter contado tudo o que contei agora”, disse ao ser questionado sobre a demora em revelar os crimes.
O acusado afirma que a partir do assassinato de Baré Cola acabou tendo que participar do grupo de extermínio e do esquema criminoso envolvendo o deputado Marcos Barbosa.
Júnior afirma que teme a influência que o parlamentar possui no Estado, já que ele teria dito em reunião que só havia conseguido se livrar das acusações que lhes foram imputadas graças ao pagamento de R$ 15 milhões a membros da Justiça.
O crime
Baré Cola foi assassinado no dia 14 de janeiro, no Campo do Julho, no Conjunto Joaquim Leão. De acordo com a Polícia Civil, três homens dispararam mais de vinte tiros em Baré Cola e depois fugiram em um Pálio branco. Conforme amigos e familiares, ele era um homem calmo e não havia motivos para o crime.
Baré Cola era funcionário da Assembléia Legislativa, dono de uma rádio comunitária e cabo eleitoral do deputado Dudu Albuquerque (PDT).