A pesquisa com plantas medicinais e os fitoterápicos, que tem o objetivo de atender às necessidades de saúde dos alagoanos, foi tema do Seminário do Programa de Pesquisa para o Sistema Único de Saúde (PPSUS). O encontro aconteceu na manhã desta sexta-feira (22), durante o Congresso Acadêmico Integrado de Inovação e Tecnologia (Caiite), no Centro de Convenções de Maceió, em Jaraguá.
Em Alagoas, a proposta da pesquisa é discutir o perfil de saúde-doença dos alagoanos para que a produção científica contemple as necessidades de saúde da população. De acordo com Tobias Barreto, técnico da Gerência de Ciência e Tecnologia da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), a função do PPSUS é a pesquisa aplicada, ou seja, “que as produções atendam as prioridades de saúde dos alagoanos e contribuam com o cuidado ao usuário do SUS”, esclareceu Barreto.
Segundo o técnico da Sesau, o tema do seminário foi escolhido com a intenção de divulgar o desenvolvimento do Arranjo Produtivo Local (APL) para a Produção de Plantas Medicinais e Fitoterápicos em Alagoas – área de pesquisa que o PPSUS já financiou 11 projetos e quatro estão em andamento. “Como Alagoas participa do PPSUS desde 2002 e o APL é uma inciativa que tem apenas dois anos, convidamos os pesquisadores para somar experiências às ações do APL”, justificou Tobias.
A professora de Farmacologia da Ufal, Magna Moreira, que teve projeto aprovado pelo PPSUS 2006, apresentou a pesquisa sobre as plantas medicinais utilizadas pela população das áreas endêmicas para leishmaniose: Novo Lino, União dos Palmares e Colônia Leopoldina. “Realizamos pesquisa de campo, coleta de material e preparo do extrato para teste”, listou a pesquisadora, que obteve “ótima aceitação” quanto ao resultado da pesquisa.
Popularmente conhecidas como barbatimão, sambacaitá, babosa, mastruz, arruda e meracilina. Essas são as seis plantas utilizadas pela população dos municípios endêmicos nos casos de leishmaniose e que a pesquisadora observou que são realmente eficientes. “Apenas alertamos a população sobre a forma correta de utilização das plantas medicinais, que sempre devem ser feitas a fresco para garantir a eficácia”, explicou Magna Moreira.
Ainda como resultado da pesquisa, foi produzida uma Cartilha de Uso Racional de Plantas Medicinais, distribuída aos agentes de saúde, que foram capacitados para atuar como multiplicadores do uso correto das plantas.
APL – Com o funcionamento de uma cadeia produtiva, em Alagoas, o APL para a Produção de Plantas Medicinais e Fitoterápicos vai passar por quatro etapas. “Já foi iniciada a produção de mudas pela Ufal e agora estamos na fase de capacitação dos produtores rurais para a produção da planta medicinal”, informou Barreto. Segundo ele, as próximas etapas vão passar pela produção do medicamento pelo Lifal e a distribuição dos medicamentos pelos municípios.
Parcerias – A edição 2013-2015 do PPSUS teve o investimento de R$ 2 milhões, fruto da parceria entre o Ministério da Saúde, CNPQ, Fapeal e Sesau, e teve 31 pesquisas financiadas. Já o APL para a Produção de Plantas Medicinais e Fitoterápicos possui parceria entre a Sesau, Seplande, Fapeal, Ufal e demais parceiros.
Participaram do seminário a gerente estadual de Ciência e Tecnologia da Sesau, Fátima Lima; a coordenadora setorial de projetos especiais da Fapeal, Juliana Khalili; a coordenadora do APL para a Produção de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, Conceição Peixoto; e a coordenadora estadual da Assistência Farmacêutica, Erivanda Meireles; além de professores e pesquisadores da área.