Levantamento do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), maior centro de oncologia da América Latina, mostra que 65% dos fumantes com câncer atendidos no hospital estadual não conseguem largar o cigarro mesmo após receber o diagnóstico da doença.
O estudo mostrou também que 70% dos pacientes homens e 40% das mulheres com tumores de bexiga são ou foram fumantes. Dentre os diversos tipos de tumores que podem ser desenvolvidos devido ao uso de cigarros também estão os que se manifestam na região da cabeça e pescoço, como o câncer de laringe. Dos pacientes tratados nesse serviço, 83% são fumantes ou têm histórico de tabagismo.
Os efeitos nocivos que o cigarro provoca são extremamente prejudiciais para os pacientes em tratamento, dificultando a cicatrização após cirurgias oncológicas e aumentando o risco de complicações durante o período de radioterapia, por exemplo.
Além disso, alguns quimioterápicos podem surtir efeito bem menor no organismo de um tabagista, enquanto os efeitos colaterais como náuseas, vômitos, perda de apetite e sintomas respiratórios são intensificados.
“O cigarro é uma das fontes de poluição ambiental mais perigosa. Os danos atingem todo o corpo e estão ligados a outros graves problemas de saúde, como as doenças cardiovasculares. Quem convive com fumantes também é atingido, tornando-se um tabagista passivo. Ao inalar a fumaça do cigarro passa a ter mais chances de desenvolver tumores”, ressalta o médico coordenador do Grupo de Apoio ao Tabagista do Icesp, Frederico Fernandes.