Paolo Guerrero passou apressadamente por um dos saguões do aeroporto de Cumbica, na noite de quarta-feira. Na correria que são os desembarques de equipes de futebol, especialmente quando a fase não é boa, o atacante do Corinthians foi interpelado por um repórter.
A pergunta era sobre o lance no qual o peruano se chocou com o árbitro Leandro Bizzio Marinho, na derrota de quarta-feira para o Bragantino, após uma batida de tiro de meta. "Está de sacanagem de me perguntar isso, né?", respondeu. "Eu não disputo sempre a bola que jogam lá em cima? Como vem me perguntar isso?"
O lance gerou muita discussão por causa do recente gancho de 180 dias ao corintiano Petros por trombada com o árbitro Raphael Claus – a pena está suspensa até o julgamento em segunda instância. Há semelhanças entre os lances, embora a bola estivesse no alto no caso de Guerrero, o que pode justificar a trombada.
O assunto já havia irritado o técnico Mano Menezes ainda no vestiário da Arena Pantanal, em Cuiabá, palco da partida contra o Bragantino. Na chegada da delegação a São Paulo, o gerente de futebol Edu Gaspar foi o único a comentar a jogada, apesar da negativa inicial.
"Pelo amor de Deus! Não vou nem comentar o caso do Guerrero", afirmou, antes de sucumbir à insistência. "Nossa, gente! Mais uma vez, estamos comentando aquilo que não deveríamos, porque não tem necessidade. O goleiro chutou a bola. No meu entender, o juiz estava mal posicionado, andando de costas. O Guerrero estava olhando para a bola. Acontece", resumiu Edu.
Os corintianos se julgam perseguidos pela arbitragem e pelo Superior Tribunal de Justiça Desporitva (STJD) desde o choque entre Petros e Claus. Aumentaram o número de adeptos dessa visão as denúncias a Renato Augusto e Mano Menezes, que serão julgados na sexta-feira, respectivamente por agressão e ofensa.