De acordo com matéria do periódico britânico The Telegraph, o vídeo que tem aflorado os ânimos para novas intervenções no Iraque e na Síria pode ter sido uma farsa. A afirmação veio de um grupo de especialistas de ciência forense que trabalhou diversas vezes com a polícia britânica em outras ocasiões.
Analisando o vídeo de quatro minutos e quarenta segundos, o grupo concluiu que tudo o que envolveu a filmagem: o cenário, o jogo de câmeras, a edição e a própria reação do corpo de James Foley ao ser agarrado e ter seu pescoço cortado, seria encenado.
Um dos analistas afirmou, por exemplo, que o sangue não pode ser visto, embora a faca seja passada em toda a área do pescoço, pelo menos seis vezes. “Depois de melhorias nas imagens, a faca pode ser vista sendo passada através da parte superior do pescoço, pelo menos seis vezes, sem evidência de sangue até o ponto de a imagem ficar preta”, disse o especialista. Na matéria, argumenta-se também que o próprio homem encapuzado com sotaque britânico – supostamente identificado como um ex-rapper inglês que foi lutar na Síria – não seria necessariamente o assassino.
Todavia, mesmo com os especialistas sugerindo que o vídeo é uma farsa, ninguém chega a discordar que o assassinato tenha realmente ocorrido, apontando, ao invés disso, que a morte de Foley tenha acontecido depois da filmagem.
Mas mesmo isso parece levantar dúvidas: por que um grupo como o Isis – classificado como um mal “além de qualquer coisa vista antes” pelo secretário de defesa dos EUA – iria encenar a decapitação de Foley, apenas para matá-lo longe das câmeras depois? Principalmente se for considerar que todas as decapitações atribuídas ao grupo, desde o início da guerra civil na Síria, foram mostradas em sua íntegra, com o único propósito de chocar e aterrorizar aqueles que assistissem.
Por que com James Foley haveria de ser diferente?