A Caixa Econômica Federal aumenta a partir desta segunda-feira (19) as taxas de juros do financiamento imobiliário. A alta valerá para os financiamentos tomados a partir de agora.
A Caixa informa que as taxas de juros dos financiamentos habitacionais contratados com recursos do Programa Minha Casa Minha Vida e do FGTS não sofrerão qualquer correção em suas taxas de juros.
Serão corrigidas as taxas de juros das operações para financiamento de imóveis residenciais contratadas com recursos da poupança (SBPE). De acordo com a Caixa, a mudança vai afetar quem tem renda acima de R$ 5,4 mil, que não utiliza os financiamentos habitacionais contratados com recursos do FGTS. Atualmente, há uma série de condições para obter financiamento da casa própria com recursos do FGTS, entre elas estão renda de até R$ 5,4 mil e não possuir imóvel no mesmo nome nem no mesmo município.
A taxa de juros cobrada pelo Sistema de Financiamento Habitacional (SFH), que financia imóveis de até R$ 750 mil com recursos tanto do FGTS como da poupança, permanece em 9,15% para quem não é cliente do banco e sofre alteração para quem é cliente, incluindo servidores públicos.
Já pelo Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI), que financia imóveis com valor acima de R$ 750 mil, a taxa de juros anual passará de 9,2% para 11% para os não-clientes.
O dinheiro do FGTS usado no financiamento que não sofrerá aumento da taxa não é o do trabalhador que está tendo seu imóvel financiado, mas vem do montante global depositado no banco. Já os financiamentos que são feitos com recursos da poupança sofrerão aumento nas taxas de juros. Nesse caso, o dinheiro utilizado no financiamento também não vem da conta do trabalhador, mas das poupanças que fazem parte do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimos (SBPE).
A Caixa informou que a alteração se deve ao aumento da taxa básica de juros, que atualmente é de 11,75%.
Os juros da Caixa para habitação costumam ser os menores no mercado e servem como referência para os demais bancos. A Caixa é líder no segmento de financiamento imobiliário, com participação de mercado próxima de 70%.
Veja como ficam os financiamentos de imóveis de dois valores distintos com as novas taxas, segundo simulação fornecida pelo instituto Dsop.
No caso de um imóvel de R$ 600 mil financiado em 360 meses pelo SFI, a diferença nas prestações mensais pode chegar a quase R$ 700, e o total pago pelo imóvel aumenta de R$ 1.756.667,42 para R$ 2.004.962,40. Os juros desta modalidade subiram de 9,10% para 10,70% ao ano.
Taxa média cobrada por bancos está acima de 9%
A taxa média de juros para financiamento imobiliário cobradas pelos bancos privados e públicos no país estão acima 9%, segundo último relatório do Banco Central sobre operações de crédito.
Segundo o BC, a taxa média ficou em 9,23% ao ano, em novembro de 2014, ante taxa média de 8,84% registrada no mesmo mês de 2013.
As taxas médias informadas pelos bancos pode ser consultada na página do Banco Central.
Confira a seguir as taxas de juros pós-fixados cobradas pelos bancos em novembro:
Dentro do SFH, com taxas reguladas corrigidas pela TR (pós-fixada)
Banco do Brasil – 6,1% ao ano
Caixa Econômica Federal – 7,32% ao ano
Banco de Brasília – 7,89% ao ano
Citibank – 8,13% ao ano
Banco Banestes – 8,27% ano
HSBC – 8,7% ao ano
Bradesco – 8,71% ao ano
APE Popex – 8,81% ao ano
Banco do Estado do Rio Grande do Sul – 8,84% ao ano
Santander – 8,89% ao ano
Dentro do SFH, com taxas reguladas pré-fixadas
Caixa Econômica Federal – 11,48%
Banco do Brasil – 12,1%
Santander – 12,31%