As férias chegaram e quem tem um animal de estimação em casa e pretende viajar precisa se planejar com antecedência. Enquanto alguns preferem deixar o pet sob os cuidados de um conhecido ou hospedá-lo em um hotel especializado, outros escolhem destinos onde é possível levar o animal. Neste último caso, é importante que o tutor conheça as leis e exigências de cada tipo de transporte e conheça os cuidados para evitar o estresse e manter o bem-estar do animal durante a viagem. Para prestar esclarecimentos com relação ao assunto, o Grupo Pet Care, que possui quatro hospitais veterinários na capital paulista, selecionou algumas dicas fundamentais.
Pelos ares
Quem for viajar de avião e quiser levar o bichinho, deve se atentar à documentação que a companhia aérea solicita para animais domésticos. Em território nacional, cães e gatos devem apresentar um atestado de saúde emitido por um veterinário, uma Guia de Transporte Animal (GTA) emitida por veterinários credenciados junto ao Ministério da Agricultura, atestando a sanidade do animal, além da carteira de vacinação atualizada.
Apenas cães guias e animais com até 10 kg (em caixas próprias para pets) são autorizados a embarcar junto com o dono. No último caso, as exigências para embarcar com o animal na cabine são diferentes em cada companhia aérea. Já os pets que não se enquadram nessas exigências ficam em outro compartimento do avião e precisam ser transportados em uma caixa específica. “Tranquilizantes não devem ser dados ao animal, ao menos que médico veterinário receite. Alimentos não devem ser oferecidos pelo menos de quatro a seis horas antes da partida, pois a maioria dos animais enjoa durante a viagem. E antes de colocar na caixa ou entrar no avião, levar o animal para urinar e defecar”, explica o veterinário Marcelo Quinzani, diretor clínico do Pet Care. Geralmente, as companhias aéreas nacionais cobram cerca de R$100,00 por trecho de viagem por animal de estimação.
Destinos internacionais
Em caso de uma viagem internacional, principalmente para Europa, são realizados diversos procedimentos para embarque do animal, como a microchipagem e a apresentação do teste sorológico para raiva. “Esse teste é realizado três meses antes da viagem por um médico veterinário. Por conta dessa demora, indicamos que o tutor providencie o mais rápido possível todas as exigências para viajar com o animal”, indica Dr. Marcelo. Além disso, muitos países exigem uma avaliação no Ministério da Agricultura para conseguir o Certificado Zoo Sanitário (CZI), válido por 7 dias.
O tutor que quiser tornar o transporte do pet ainda mais seguro pode adquirir o passaporte para cães e gatos. Esse documento, ainda não obrigatório, é uma maneira de atestar a segurança do transporte e a saúde dos pets nesse tipo de viagem. O passaporte já é expedido desde fevereiro de 2014, e nele são informadas todas as características do animal como raça, aparência e saúde. O documento vale tanto para viagens nacionais quanto para internacionais, porém, nem todos os países o aceitam ainda. O indicado é que o tutor se certifique que o país de destino aceitará o novo documento. Para requisitar o passaporte de cães e gatos, os responsáveis pelo animal deverão entrar em contato com uma das unidades da Vigiagro – Vigilância Agropecuária Internacional (órgão do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento).
Quatro rodas
Para levar cães ou gatos em viagens de carro, é preciso verificar se as vacinas estão em dia e utilizar produtos para prevenir a infestação de carrapatos e pulgas, pois o verão é uma época de grande incidência deste problema. Além disso, é fundamental transportá-lo adequadamente em caixas específicas ou utilizando cintos de segurança para pets, prática que é lei em diversos Estados, com multa que varia de R$53,20 a R$127,29 mais pontos na carteira. “Este cuidado evita que o animal se machuque em caso de freadas bruscas ou acidentes, e que, estando solto, o bichinho não atrapalhe o motorista”, revela Dr. Marcelo.
Alguns cães, principalmente filhotes, enjoam facilmente durante a viagem de carro, já que ainda não se acostumaram a andar nele. “Para que os enjoos não aconteçam, a dica é fazer passeios curtos com o carro em baixa velocidade até que o animal se habitue aos movimentos do veículo”, sugere. O enjoo também acomete cães adultos. Nesses casos, é importante consultar um médico veterinário para verificar se é necessário o uso de medicamentos para evitar o problema. “Nunca administre medicações por conta própria, porque alguns animais podem ter reação contrária e vir a óbito”, alerta.
Durante o percurso, é importante fazer paradas a cada 1 a 3 horas para que o animal possa fazer suas necessidades e consumir água. “É fundamental que a temperatura do veículo seja agradável e que o animal esteja muito bem hidratado durante todo o percurso”, conclui.
Quando ele fica
Outra opção para quem deseja viajar, mas não pode levar o animalzinho, é o de deixá-lo em hotel ou contratar profissionais pra visitá-lo em domicílio. A dica para procurar por hospedagem adequada é aquela que ofereça diversas atividades ao animal, como passeios diários, socialização, adestramento e até aulas de natação no caso dos cães. Já para os gatos, como são muito apegados à sua casa e não são fãs de agitação, o ideal é procurar um hotel que respeite a individualidade do bichano e o faça se sentir no próprio ambiente. “Nós do Pet Care, tanto nos hospitais quanto no hotel, trabalhamos com a liberação de feromônio no ambiente, uma substância sintética que deixa o gato mais tranquilo. Além de oferecermos cuidados veterinários no caso de alguma urgência”, finaliza Dr. Marcelo Quinzani.