Morte de fiscal: enteado assume assassinato e alega legítima defesa

Flávia Duarte/Alagoas24HorasDelegados Cícero Lima e José Anchieta

Delegados Cícero Lima e José Anchieta

O depoimento de Sandra Lima de Omena e do filho, Jonatha Omena, 19 anos, respectivamente esposa e enteado do fiscal de Trânsito da SMTT, Jeferson Araújo de Omena, 49 anos, assassinado a tiros no dia 14 de fevereiro, na sua residência, no Benedito Bentes I, deu um desfecho surpreendente ao caso.

Até o início da semana a informação oficial, divulgada pela polícia, era que a vítima tinha sido morta por dois indivíduos armados que invadiram sua residência. No entanto, as suspeitas da família quanto ao comportamento suspeito de Sandra Omena, levaram à polícia a desconfiar que poderia haver nova versão para o caso.

Ao final do depoimento dos suspeitos, que durou mais de cinco horas, os advogados Álvaro Costa e Girlene Farias, conversaram com o Alagoas24Horas e confirmaram que Jeferson Omena foi assassinado pelo enteado. A defesa alega que o crime foi cometido em legítima defesa, já que Jonatha estava tentando defender a mãe.

Segundo os advogados, Sandra sofria agressões constantes de Jeferson, mas nunca teve coragem de denunciar. Na noite do crime ela teria sofrido agressões e, em um momento de desespero, pegou a arma do marido para se defender. Nesse momento, o filho teria aparecido e tomado a arma da mãe. Ainda segundo a defesa, o filho só atirou contra a vítima, porque ele partiu para cima do jovem e que “os tiros foram disparados no calor da confusão”. A defesa alega também que Sandra foi submetida à exame de corpo de delito para comprovar as agressões.

Depoimentos

Já o delegado José Anchieta, um dos titulares da Delegacia de Homicídios, disse em entrevista ao Alagoas24Horas que diante dos depoimentos dos suspeitos a alegação de legítima defesa parece pouco provável. Isso porque, segundo o delegado, mãe e filho se contradizem em alguns pontos.

Sandra disse em depoimento que pegou a arma de Jeferson e ainda chegou a atirar contra a vítima, mas não o atingiu. Foi nesse momento que o filho tomou a arma de sua mãe e para se defender de Jeferson, disparou contra ele, que estava de pé.

Já Jonatha, disse que tomou a arma da mãe e quando Jeferson foi pra cima, atirou. Ele acrescentou que a vítima já havia caída quando ele continuou atirando. Depois disto, Jonatha jogou a arma do crime em um local, próximo à sua residência.

Um dos disparos teria atingido Sandra de raspão na região da cintura.

Sobre a primeira versão que foi divulgada pela polícia, os advogados disseram que Jonatha esclareceu que no momento em que saiu para a rua pedindo ajuda para socorrer a vítima, os vizinhos imaginaram a família tinha sido vítima de bandidos. “O boato sobre os homens armados se espalhou e eles não desmentiram”, destacou Álvaro Costa.

Anchieta afirma que aguarda o laudo da perícia para saber quantos tiros efetivamente atingiram a vítima e também as diligências em busca da arma do crime, para então chegar a uma conclusão sobre os depoimentos.

A Polícia não descarta pedir a prisão dos acusados, mas por enquanto, Sandra Omena e Jonatha responderão em liberdade.

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