“Infelizmente, a Assembleia faliu. Não tem mais a importância e não faz uso das prerrogativas que lhe são inerentes. Não posso deixar de reconhecer que a ALE está falida”, com esse desabafo, o deputado Antonio Albuquerque (PT do B), que presidiu a sessão ordinária desta quarta-feira, 27, iniciou sua fala acerca do tema que dominou o plenário durante a tarde: violência.
Albuquerque relatou que o Poder Legislativo precisa voltar a cumprir suas obrigações, contribuindo para colocar Alagoas nos trilhos do desenvolvimento, da ordem e da paz e mostrou preocupação com a greve dos médicos, que prejudica diretamente às vítimas da violência em Alagoas.
“Quando ouço sobre segurança pública, um arrepio me percorre a espinha, pois a insegurança quase vitimou meu filho mais velho. Não é fácil para mim, como homem público, acessar a internet e ver que o HGE teve uma ala fechada, em protesto porque os médicos não têm condições de trabalhar. Se os profissionais da Unidade de Emergência do Agreste tivessem em greve no dia 3 de fevereiro do ano passado, eu teria perdido o meu filho”, falou, relembrando o atentado do qual seu filho foi vítima.
O vice-presidente da ALE citou ainda o protesto realizado pelos médicos que ocuparam a galeria da ALE na abertura dos trabalhos legislativos, quando o governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) usou o plenário para apresentar um balanço das ações do governo e perspectivas para 2013.
“Assisti com pesar a galeria ocupada por médicos no início de nossos trabalhos e ninguém dos colegas, além de mim, usou a tribuna para se solidarizar com a categoria, mas entendo a posição de todos, afinal, quem ousa levantar a voz contra algumas figuras, paga e sofre as mais violentas perseguições”, afirmou o parlamentar, acrescentando que já foi vítima de retaliação por ter votado contrário a um Projeto de Lei que feria a isonomia dos policiais: “Logo em seguida, um filho meu foi preso há 200 metros de casa”.
O episódio ao qual Albuquerque se referiu foi a prisão de seu filho por porte ilegal de arma de fogo, em dezembro de 2009, no bairro do Farol, durante uma blitz da Radiopatrulha (RP).
Ainda sobre a violência, o parlamentar disse que, embora seja amigo do governador e tenha votado nele por duas vezes, não pode deixar de constatar que falta autoridade em Alagoas. “Isso é desgoverno. A violência cresce a cada dia, mas não falta polícia, nem recursos. Falta autoridade. O policial que der um cascudo em um bandido vai para corregedoria”.