Benedito de Lira assume Comissão de Agricultura do Senado
Eleito por aclamação presidente da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) nesta quarta-feira (27), o senador Benedito de Lira (PP-AL) defendeu a formulação de políticas públicas de incentivo ao setor primário, visto que a agricultura, apesar de todas as dificuldades, tem sido a alavanca do desenvolvimento e a responsável pelo equilíbrio da balança comercial.
Benedito de Lira, que terá como vice o senador Acir Gurgacz (PDT-RO), afirmou que há muitos gargalos na agricultura e pediu um esforço da comissão em favor do agronegócio brasileiro. Ele também defendeu a regulamentação, pelo Ministério da Agricultura, de projeto de lei já aprovado no Congresso Nacional que estabelece a criação de genéricos para produtos veterinários.
Segundo Lira, também é preciso lidar com o alto preço para embarque e desembarque de produtos agrícolas nos portos brasileiros, onde os navios chegam a levar 60 dias para descarregar.
– A China comprou nove navios de soja nos Estados Unidos porque aqui o carregamento leva muito tempo. Não temos capacidade competitiva com o mercado internacional por conta desse tipo de gargalo nos portos – afirmou.
Benedito de Lira disse ainda ser “inadmissível” que um país com a dimensão do Brasil não conte com ferrovias.
– Toda produção nacional é transportada em caminhões, o que demanda custos, e por isso o custo Brasil é absolutamente alto – afirmou.
Benedito de Lira também cobrou apoio “especial e diferenciado” do governo para o setor sucroalcooleiro, que hoje enfrenta dificuldades. Em Alagoas, afirmou, a atividade resume-se a menos de 30 usinas.
– Não existe política do governo para atender o setor sucroalcooleiro. Lá atrás tinha subsidio para produtores de cana do Nordeste, para compensar diferenças de terra e clima. A política acabou. Hoje, as usinas vivem em função da capacidade dos pequenos produtores de cana do Nordeste – afirmou.
Antes do encerramento da reunião, o senador Valdir Raupp (PMDB-RO) disse que Benedito de Lira está “preparadíssimo” para presidir a CRA. Ele observou que de nada adianta o Brasil ser o maior produtor de grão do mundo se não houver infraestrutura de armazenamento e capacidade de escoamento da produção.
