O casal Claudiomar Francisco da Silva e Margarida Lira da Silva, acusado da morte do vendedor de planos de saúde, João Ricardo Albuquerque Queiroz, de 49 anos, foi condenado por homicídio qualificado, na noite de quarta-feira (27), durante o julgamento, realizado no Fórum de Arapiraca.
Claudiomar Francisco foi condenado a 12 anos, um mês e vinte dias de prisão e deve cumprir a sentença no presídio Desembargador Luiz de Oliveira Souza, em Arapiraca. Já Margarida Lira obteve uma pena menor, de nove anos de reclusão. Para as duas condenações, a defesa ainda pode recorrer do resultado.
Os familiares da vítima afirmaram que sentiram que a Justiça foi feita. O irmão de João Ricardo, Cláudio Henrique Albuquerque Queiroz disse que “espera que agora a paz seja selada”.
O irmão do réu, Clóvis da Silva, disse que “essa foi a primeira oportunidade que ele teve de se defender”, classificando o crime como uma “fatalidade”. Silva ressaltou características da personalidade de Claudiomar, e ressaltou: “Ele sempre disse que se tivesse que pagar, pagaria até por 200 anos se precisasse”.
Durante o depoimento, ocorrido na tarde de ontem, Claudiomar contou que só atirou em João Ricardo por ter visto um gesto deste que parecia sacar uma arma. Foram efetuados oito disparos, dos quais sete atingiram a vítima. Em seguida, o empresário disse que só estava armado com medo que acontecesse algo com ele e a família em decorrência da discussão que obtivera com João.
O crime
O vendedor João Ricardo Albuquerque Queiroz foi assassinado a tiros de pistola quando saía da casa da namorada, Raquel Gomes da Silva, no povoado Cangandu, na zona rural de Arapiraca, no dia 9 de fevereiro de 2008. O casal teve prisão decretada, em fevereiro de 2009, pelo então juiz substituto da 8ª Vara Criminal da Comarca de Arapiraca, Orlando Rocha Filho.
O motivo seria um desentendimento ocorrido após o empresário Claudiomar Francisco ter prestado serviços funerários a sogra da vítima, mãe de Raquel Gomes, que morreu em 04 de janeiro de 2008. A denúncia feita pelo Ministério Público aponta que o crime teria sido planejado.
Durante o julgamento, a namorada de João Ricardo confirmou que a vítima achou o valor cobrado pela funerária a qual os réus tinham vínculo, um absurdo.
De acordo com Raquel, foi cobrado o valor de R$ 1.400 pela urna funerária. A vítima, segundo relatos, considerou o valor alto e resolveu negociar com Claudiomar. Ela afirmou que as partes entraram em acordo. Seria pago R$ 1.000 pelo caixão; valor este dividido em dez vezes no cartão de crédito, porém, o acusado passou a compra em apenas uma parcela, provocando o estorno do cartão, o que teria provocado a discussão.