O ex-presidente da Fifa João Havelange renunciou ao cargo de presidente honorário da entidade, depois de uma investigação envolvendo a extinta empresa de marketing suíça ISL, que teria subornado dirigentes em troca da cessão dos direitos de transmissão da Copa do Mundo.
O presidente do comitê de ética da Fifa, Hans-Joachim Eckert, disse em comunicado divulgado nesta terça-feira que a renúncia aconteceu no dia 18 de abril.
O relatório afirma que "quantidades significativas de dinheiro foram canalizadas para João Havelange (ex-presidente da Fifa), Ricardo Teixeira (ex-presidente da CBF) e Nicolás Leoz (ex-presidente da Conmebol), embora não haja indícios de que algum serviço tenha sido oferecido em troca por eles". O comunicado acrescenta que "os pagamentos eram, aparentemente, feitos por meio de empresas de fachada, para encobrir os verdadeiros destinatários, e devem ser classificadas como comissões, conhecidas hoje como suborno".
Documentos da justiça suíça informam que o total pago pela ISL a Havelange e Teixeira chegou a R$ 45 milhões (21,9 milhões de francos, em valores da época). Os pagamentos foram feitos entre 1992 e 2000.
O relatório divulgado pela Fifa ressalta que a conduta dos dirigentes não pode ser enquadrada criminalmente, levando-se em consideração a legislação suíça vigente à época em que o montante foi pago. Ainda de acordo com o comunicado, Havelange, Teixeira e Leoz não poderiam, se hoje ainda fossem dirigentes da Fifa, sofrer punições baseadas no código de ética da entidade, já que o comitê só foi instalado em 2004.