A defesa feita pelo deputado Judson Cabral (PT) ao programa Bolsa Família deu início a um pequeno embate acerca dos ‘méritos’ das gestões do PT e do PSDB no governo federal, na sessão desta quarta-feira, 22, na Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE).
Munido com dados do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Cabral destacou que o Bolsa Família retirou 22 milhões de brasileiros da miséria nos últimos dez anos e que um milhão e 690 mil famílias já abriram mão voluntariamente da ajuda governamental. “Esses dados vão de encontro àqueles que criticam o programa de transferência de renda no País onde o abismo social é enorme”.
Em aparte, o líder do governo na Casa, Edval Gaia (PSDB) criticou a dificuldade de Cabral e do PT em reconhecer as coisas boas que começaram no governo do então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). “Todos esses programas já existiam no governo FHC, mas na época tinha que dar a contrapartida, a criança tinha que estar na sala de aula e o beneficiário tinha um prazo para se recolocar no mercado de trabalho”.
Judson Cabral respondeu com ironia: “O saudosismo às vezes tira nossa capacidade de se atualizar. O Bolsa Família não só exige a frequência escolar, como o acompanhamento pré-natal no caso das gestantes. Não me recuso a reconhecer os méritos passados, mas não posso esquecer os erros, como o desmonte das telecomunicações. Eu prefiro tratar dos últimos dez anos”.
Inácio Loiola defendeu a fala do líder do governo, destacando que não se trata de ‘saudosismo’, mas de reconhecimento. “A mudança positiva do País teve início no governo FHC, mas o grande problema do Brasil é a desigualdade regional. Só teremos um País justo no dia que todas as regiões tiverem o mesmo desenvolvimento”.
Também em aparte, Jeferson Morais (DEM) falou a respeito do boato acerca da extinção do Bolsa Família, que levou milhares de beneficiários às agências bancárias e casas lotéricas em vários estados no fim de semana passado. “Foi um ato de terrorismo que revelou que o programa é responsável por retirar da miséria milhares de brasileiros, principalmente nordestinos, mas, precisa ser aprimorado”.
O parlamentar prosseguiu: “O que preocupa é que Alagoas não pode viver a reboque desses programas sociais, que não são eternos. Essas pessoas que dependem só dos programas precisam urgente de colocação no mercado de trabalho. Não podem viver a vida inteira dependendo do programa do governo, até porque o valor ajuda, mas não mantém uma família”, destacou, acrescentando que conhece pessoas que não querem ter a carteira de trabalho assinada para não perderem o benefício.
Os deputados Marquinhos Madeira (PT) e João Henrique Caldas (PTN) também se pronunciaram para elogiar o programa federal.
Faltas e LDO
Exercendo a presidência da Casa na ausência de Fernando Toledo (PSDB), Jota Cavalcante (PDT) solicitou que constasse na ata da sessão que não fossem colocadas faltas nos deputados que estão participando da Conferência Nacional dos Legislativos Estaduais (CNLE) em Recife (PE).
Cavalcante também lembrou aos seus pares que o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2014 já estava tramitando para o recebimento de emendas.
