Todas as vagas são para profissionais que tenham formação de nível superior, em diferentes áreas, com salários que variam entre R$ 3.800 e R$ 13.402,37. Quem for aprovado vai ser contratado diretamente por cada um dos ministérios.
O Ministério da Justiça oferece 125 vagas — todas para a capital — dirigidas a analista técnico-administrativo, administrador, contador, economista e engenheiro. A coordenadora de RH da pasta, Alekssandra Santos, diz que a demanda se deve ao aumento das atribuições do órgão, que incorporou duas secretarias.
Apenas na fazenda, vagas fora de brasília
— Um estudo mostrou que, desde 2007, a força de trabalho estava decrescendo, enquanto as atribuições cresciam. Além disso, perdemos cerca de 100 servidores por aposentadoria — frisa Alekssandra, acrescentando que, ainda assim, faltará mão de obra. — Já temos uma solicitação para nova autorização.
Nas Comunicações, as 119 vagas abertas são temporárias — contrato de um ano, que pode ser prorrogado por até cinco. Em nota, o ministério diz que “os projetos são estratégicos para o desenvolvimento econômico e social do país e têm como característica a temporariedade”.
O Planejamento vai preencher 150 vagas permanentes de especialista em políticas públicas e gestão governamental. E o Ministério da Fazenda, que vai contratar mais (347), é o único órgão que tem vagas além capital: são 188 em outros estados, incluindo 29 no Rio de Janeiro e 51 em São Paulo.
Brasília atrai gente de todo o Brasil
O físico Igor Borher fez o caminho para Brasília há pouco mais de dois meses. Aprovado no concurso da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) em 2011, foi chamado para assumir o cargo de especialista em previdência complementar no início deste ano, e se mudou para a capital federal com a mulher e a filha. Na capital, ficou impressionado com o fato de os concursos públicos serem tema recorrente e encontrou gente de todos os estados.
— No órgão em que trabalho diria que praticamente 80% do pessoal é de outros estados. É uma mistura de todas as regiões — conta Borher, para quem a boa remuneração foi o que mais pesou na decisão de fazer concurso fora do Rio. — Quem vier para Brasília trabalhar no ciclo de gestão vai viver com um bom salário e muita qualidade de vida.
Sérgio Gadelha, autor do livro “Macroeconomia para concursos e exames da Anpec” (Ed. Elsevier), concorda.
— Brasília vem se consolidando como o centro dos concursos públicos, tornando-se uma excelente opção para milhares de candidatos. Sempre aconselho aos meus alunos que busquem fazer todos os concursos que puderem, não apenas para adquirir experiência, mas principalmente para buscar novos horizontes e qualidade de vida — diz Gadelha, acrescentando que cada pessoa deve avaliar se o salário e o cargo compensarão para a carreira.
Nos quatro ministérios com vagas abertas, o que tem salários mais altos é o do Planejamento: a remuneração inicial é de R$ 13.402,37 para o cargo de especialista em políticas públicas e gestão governamental. Na opinião de Borher, são justamente as vagas de gestão que garantem melhores remunerações — a estratégia dele, inclusive, foi focar nesses concursos para estudar.
— Acho que esse deveria ser princípio básico para todo concurseiro: focar em uma área, seja fiscal, jurídica ou gestão — opina o funcionário da Previc.
Expectativa é de alta concorrência
A concorrência para as oportunidades nos quatro ministérios promete ser acirrada. No Ministério da Justiça, a expectativa é de que 12 mil pessoas se inscrevam. A incorporação da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e da Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos aumentou a necessidade de contratação na casa. No Ministério do Planejamento, a estimativa é de dez mil candidatos.
Nas Comunicações, mesmo as vagas sendo temporárias, há previsão de grande procura. Em nota, o ministério diz acreditar que o processo seletivo será atraente e informa que procura “profissionais de nível superior que possuam conhecimento e/ou experiência, e estejam interessados em atuar junto a projetos estratégicos para o desenvolvimento econômico e social do país”.
Ainda sobre o Planejamento, observse-se que é o único dos quatro ministérios que vai cobrar inglês nas provas. Além disso, promoveu mudanças, dando mais peso à experiência profissional, que pode valer até 22% da nota.
A novidade causou polêmica e foi criticada pela Associação Nacional dos Especialistas em Políticas Públicas e Gestão Governamental (Anesp). Em nota, o ministério afirma que “reformulou a estrutura de pontuação e peso do certame em 2013. No novo sistema, será possível levar um maior número de candidatos para a etapa da prova discursiva – que garante melhor aferição de conhecimento e é decisiva para a aprovação do candidato”.