A Justiça alagoana decidiu pronunciar, esta semana, os quatro suspeitos de envolvimento na morte do pecuarista e advogado Alberto Reyneri Pimentel Canales, assassinado em agosto do ano passado em uma emboscada na fazenda da família.
De acordo com informações de familiares, a decisão da Justiça encerra a primeira fase do procedimento de júri. "Estamos muito felizes com a atenção que a Justiça deu ao caso. Nos sentimos aliviados por mais uma etapa cumprida e acreditamos na Justiça alagoana, que terá a oportunidade de diminuir a impunidade nesse estado", disse um parente de Reyneri, que preferiu ter a identidade mantida em sigilo por medo de represálias.
Em dezembro de 2012, a Polícia Civil prendeu Eli de Oliveira de Almeida, 52, Paulo Araújo, 25, o "Paulo Bala”, o policial militar Rogério Ferreira dos Santos, conhecido como cabo Lelo e o ex-veredor por Palmeira dos Índios Arnaldo Cavalcante Lima, "Arnaldo do Detran" todos acusados de envolvimento na morte do pecuarista.
Em seis meses, a defesa dos acusados já impetrou com diversos pedidos de habeas corpus, mas todos foram negados pelos desembargadores do Tribunal de Justiça.
Após o pronunciamento da Justiça, a defesa terá um prazo para apresentar recurso. Caso os advogados não recorram, o caso será levado ao tribunal do júri.
Entenda o caso
No dia 16 de agosto de 2012, Alberto Reyneri, de 40 anos, teve a sua fazenda Acapulco invadida por homens encapuzados. Após a abordagem, os algozes efetuaram cerca de 20 tiros e em seguida fugiram por um matagal da região de Palmeira dos Índios.
O ex-vereador Arnaldo do Detran é apontado como autor intelectual do crime. O principal motivo seria uma briga entre acusado e vítima ocorrida no ano de 2010.
Após o crime e a prisão dos acusados, a família relata que sofreu ameaças por telefones e recados. No entanto, não se intimidou e seguiu com o processo.
Reyneri Canales era um empresário de destaque na região agreste do Estado. No ano de 2011, ele ganhou destaque na mídia ao denunciar negligência dos setores de saúde, no que diz respeito a demora ao atendimento de seu filho, que morreu aos 12 anos em decorrência de uma doença congênita. A campanha por ‘Riquinho’ mobilizou o empresário e as mídias sociais.