O dia nacional de mobilização das centrais sindicais começou com o
bloqueio das principais rodovias de Alagoas, organizado pelos movimentos sociais campesinos. As interdições começaram nas primeiras horas desta quinta-feira, 11, e pretende se estender durante todo o dia com o objetivo de passar a mensagem que “o campo nunca parou”.
A mobilização faz parte da jornada nacional de luta e tem a adesão do Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MTL) e Comissão Pastoral da Terra (CPT).
Foram bloqueadas as rodovias nos municípios de Murici, União dos Palmares, Flexeiras, Novo Lino, Atalaia e Joaquim Gomes (zona da mata). Porto Calvo e Maragogi (litoral), Arapiraca, Girau do Ponciano (agreste). Delmiro Gouveia, Olho D’Água do Casado e Olho D’água das Flores (sertão), além de algumas cidades do baixo e médio São Francisco.
De acordo com Josival Oliveira, dirigente nacional do MLST, os trabalhadores rurais nunca se silenciaram e sempre realizam as suas manifestações. Segundo ele, as formas de se protestar hoje seguem a mesma metodologia adotada pelos movimentos sociais campesinos.
“Por isso é que a nossa pauta será nos nossos municípios de origem, com bloqueio de rodovia para que desta forma possamos mostrar para a sociedade que em nenhum momento nos calamos diante do sistema opressor que manda matar trabalhador rural e incendiar a sua moradia”, enfatizou Oliveira.
Ainda de acordo com ele, a Reforma Agrária ainda continua sendo a principal bandeira luta que mobiliza as atividades dos movimentos sociais campesinos. Somando-se a isso, inúmeras outras pautas no tocante da educação, saúde, segurança, infra-estrutura e políticas públicas, responsáveis pela fixação do trabalhador rural em sua terra, são os principais desafios encontrados na luta camponesa.
Ele destacou ainda que a intenção do governo federal é engessar as políticas públicas destinadas para o campo, levando desta forma os programas assistencialistas oferecidos aos trabalhadores da cidade, para os agricultores. Além de bloquear os recursos destinados para os assentamentos da Reforma Agrária.
“Causando desta forma as arbitrariedades e as barbaridades provocadas pelo latifúndio. Não havendo garantias na lei, os fazendeiros se acham no direito de mandar os seus pistoleiros para intimidar os trabalhadores e desta forma fazer prevalecer o coronelismo açucareiro”, concluiu Oliveira.