Durante coletiva concedida na manhã desta quinta-feira, 11, na sede da Delegacia Geral da Polícia Civil, a delegada Ana Luiza Nogueira descartou qualquer relação entre o policial militar apontado como o assassino dos então foragidos da Operação Playboy com o restante da quadrilha. Segundo Nogueira, o caso não está sendo tratado pela polícia como queima de arquivo e sim como crime de encomenda.
Na versão da PC, o sargento da PM Joseildo Ferreira Cavalcante foi contratado por uma das vítimas da quadrilha para executar os membros do bando. Através de provas técnicas a polícia conseguiu colocar o policial militar na cena do crime. Além disso, o veículo encontrado com o sargento é o mesmo que vinha sendo monitorado pela polícia e usado pela quadrilha durante os assaltos realizados na área nobre de Maceió. “Provas técnicas que não podemos revelar para não atrapalhar as investigações colocam o policial na cena do crime. Além disso, um carro Fiesta, de cor branca e placa ORG – 2340, usado pelos criminosos foi encontrado na casa do policial no cumprimento dos mandados de prisão e busca e apreensão”, explicou a delegada.
A teoria da polícia é de que o policial militar vinha monitorando os integrantes da quadrilha que frequentavam sempre os mesmo lugares e que sequestrou Edvaldo Neto e Sylvio Bismark usando o carro dos criminosos, agora vítimas.
Um detalhe sobre Edvaldo Neto, encontrado sem língua e sem os olhos, é que ele – apesar de franzino – foi apontado pela maior parte das vítimas como o mais agressivo do bando. Nogueira confirmou ainda que os dois foram mortos na noite de terça-feira. Sobre o mandante, a delegada disse que a polícia ainda busca maiores informações e que a PC não irá se pronunciar hoje sobre quem teria contratado o PM. “Este assunto ainda requer investigações”, afirmou.
Apreensões
Com a quadrilha e o policial a polícia apreendeu garrafas de uísque, armas, munições, computadores de mão, uma moto e três carros. Além de roupas e sacolas de uma loja de onde a polícia tem um vídeo que comprova a ação do bando.
Outro indício que aponta os acusados como integrantes da quadrilha é a confirmação de 11 vítimas que realizaram Boletins de Ocorrência de sequestro relâmpago nas últimas semanas e reconheceram o trio.
Acima de qualquer suspeita
Quanto ao trio, os mandados de prisão e busca e apreensão foram expedidos pela 17ª Vara Criminal. Dênis Viana Siqueira, de 26 anos, José Idalino Neto (o Zé Neto), de 25, e Alexandre de Melo Teixeira, de 26, responderão pelos crimes de formação de quadrilha e sequestro.
Ana Luiza confirmou que o objetivo do bando era roubar para, em seguida, ostentar o fruto do roubo. “Eles roubavam cartões de créditos das vítimas e efetuavam compras no valor de até R$ 15 mil.
Modus Operandi
A maioria das vítimas escolhidas pelos criminosos era de idosos ou que possuíam carros luxuosos. Os criminosos roubavam cartões de crédito e realizavam compras em lojas de grifes da área nobre da capital. A polícia também vai investigar a possível participação de funcionários.
Em um vídeo recuperado pela PC, dois acusados são vistos agindo no interior de uma loja. A dupla havia sequestrado a vítima, levado-a até um caixa eletrônico e sacado certa quantia em dinheiro. Em seguida os criminosos chegam à loja e tentam usar o cartão de crédito da vítima para efetuar novas compras.