Com três jogos neste sábado, a sétima rodada do Brasileirão abriu a caixa de gols nos dois primeiros: dez, cinco em cada. Para Marcelo Lomba, já era suficiente. Inspirado, o goleiro do Bahia venceu o duelo particular contra William e garantiu o 0 a 0 com a Ponte Preta no Moisés Lucarelli. O atacante teve a chance de balançar as redes em dois pênaltis. Irritado com a arbitragem, e também para desestabilizar o adversário, o camisa 1 tricolor deu de ombros e disse que iria defender as cobranças do artilheiro alvinegro em 2013. Dito e feito. Pegou mesmo, e foi a estrela da noite em Campinas.
Em um jogo de baixo nível técnico, com as duas equipes errando bastante, o Bahia volta para casa com um ponto na bagagem. Tem 12 na tabela e, com um jogo a mais, ocupa a quarta colocação – o posto no G-4, no entanto, pode cair neste domingo. A Macaca, por sua vez, dorme na 14ª posição, com sete pontos e um pouco mais distante da degola.
Após o empate sem gols, as duas equipes ficam oito dias sem entrar em campo. No próximo domingo, dia 21, porém, têm duelos importantes. A Ponte encara o Atlético-MG no Independência, em Belo Horizonte, às 18h30m – a diretoria do Galo tenta adiar o duelo, devido à final da Libertadores. O Bahia encara o arquirrival Vitória na Fonte Nova, às 16h, no reencontro dos maiores times baianos na elite do Campeonato Brasileiro.
Erros superam acertos nos dois lados
Muitas jogadas aéreas, excesso de passes errados, faltas em demasia. Se houvesse um manual que ensinasse como não jogar futebol, vários lances do duelo entre Ponte Preta e Bahia estariam no livro. Apesar de empolgados pelos resultados durante a semana – a Macaca venceu o Náutico no Recife, e o Tricolor surpreendeu o São Paulo no Morumbi -, os times não fizeram muitas coisas dignas de elogios nos primeiros 45 minutos em Campinas.
O esquema pontepretano com atacantes abertos pelas pontas não encaixou em momento algum, mas não por culpa de Rildo ou Chiquinho. Ao escolher Paulo Roberto para a função de segundo volante, Carpegiani matou a saída de bola da Ponte. O camisa 8 errou passes, domínios e lançamentos demais. Assim, sobrecarregou Ramírez, único meia armador da Macaca e criador da única chance de ataque. O peruano levantou na área, William raspou de cabeça, e Lomba fez a defesa.
No Bahia, a saída de bola também foi deficitária. O esquema que funcionou contra o São Paulo esbarrou nos poucos espaços deixados pela Ponte e, claro, nos próprios erros. Talisca, Marquinhos Gabriel e Fernandão, responsáveis pelas ações ofensivas, foram bem vigiados pela marcação alvinegra. Sem muito trabalho, Roberto só sujou o uniforme após 35 minutos, em chute cruzado de Talisca. Muito pouco para quem estava no Majestoso.
Lomba garante ponto em noite inspirada
O segundo tempo trouxe novidades. As equipes mantiveram o padrão de jogo, mas fizeram um espetáculo mais interessante. A Ponte levou perigo em cabeçada de Ferron, enquanto o Bahia lamentou – e muito – uma falta de Diego Sacoman em Fernandão a um passo da grande área.
A revolta aumentou quando, em lance até parecido, Diones derrubou Rildo sem intenção. O critério, desta vez, foi outro: pênalti para a Macaca. Mas a noite não era de muitos acertos. Ao menos não dos atacantes. Artilheiro alvinegro na temporada, com 19 gols, William telegrafou o canto da batida e viu Marcelo Lomba, que prometera fazer a defesa, encaixar o chute sem maiores problemas.
Apesar do pênalti desperdiçado, a Ponte seguiu no controle da partida no segundo tempo. De tanto insistir, mereceu uma segunda chance. Rildo aproveitou falha da marcação, arrancou e só foi parado pela entrada desajeitada de Lomba, dentro da área. Mais um pênalti, que um artilheiro que se preze não perderia. William ajeitou a bola, fechou o olho e… Viu Lomba crescer novamente. O goleiro avisara, mais uma vez, que pegaria. E voou para espalmar para fora.
Abatido pelos dois erros seguidos, William não teve forças para reagir. Nem a Ponte, mesmo com as trocas de Artur por Cametá, e Paulo Roberto por Adrianinho. Do outro lado, Cristovão Borges tentou mexer na partida com a estreia de Wallyson e a entrada de Souza. Os dois pouco fizeram, mas o empate, para quem teve dois pênaltis contra e ficou a um triz de perder a partida, estava de bom tamanho.