A reintegração de posse ocorrida nas primeiras horas da manhã desta quinta-feira, 18, em um terreno na Santa Lúcia, em Maceió, foi encarada pelas lideranças dos sem-teto como um início de uma ‘guerra’ que promete parar a capital. O líder do Movimento Via do Trabalho, Antonio Marcos, o Marrom, enfatizou ao Alagoas24horas que a Polícia Militar de Alagoas agiu de forma sorrateira e não comunicou sobre a ação.
Para a execução da ordem de despejo foi necessário um efetivo de cerca de 250 militares, do Batalhão de Operações Especiais (Bope), Radiopatrulha, Cavalaria e batalhões da área. A área de 50 hectares estava sendo ocupada por sem-teto ligados ao Movimento Via do Trabalho e Movimento Terra Livre desde o dia 27 de maio.
Marrom afirmou que só ficou sabendo da execução da ordem de reintegração na noite de ontem, por meio de uma fonte ligada à corporação. “Eles agiram na surdina, na manhã de ontem liguei para o Gerenciamento de crises (da PM) e eles me disseram que não tinha previsão da execução, mas a noite uma fonte me informou e desta forma já nos preparamos desde ontem para o confronto e assim o fizemos” (sic), enfatizou.
Segundo ele, as cerca de 300 famílias acampadas no local não têm para onde ir. Ele garantiu que ainda na manhã de hoje as famílias se reunirão para articular uma agenda de mobilização permanente, com uma única intenção ‘parar Maceió’.
De acordo com ele, as lideranças vinham tentando se organizar de forma pacifica, sem a intenção de efetuar bloqueios e ocupações, muito menos confronto com a polícia. “Mas como eles não têm respeito pelos trabalhadores, desta forma iremos nos organizar e desta vez as cerca de nove mil famílias vão às ruas e agora é nos preparar para o confronto”, destacou.
Ainda segundo ele, todas as famílias são trabalhadores urbanos sem-teto que não têm para onde ir e não recebem nenhum auxílio governamental e que viram o terreno como uma oportunidade para construir uma moradia ‘digna’ e eliminar mais um ponto de uso de drogas e de eventuais roubos.