As taxas de juros das operações de crédito registraram alta pela terceira vez no ano, revelou nesta segunda-feira (12) a Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). Segundo a pesquisa, a taxa média de juros para pessoas físicas passou de 5,45% em junho para 5,48% em julho, a maior desde novembro de 2012. A taxa ao ano ficou em 89,69%, frente a 89,04% na leitura anterior.
O aumento ocorreu em cinco das seis linhas de crédito analisadas pela Anefac. Apenas a taxa de cartão de crédito rotativo ficou estável em 9,37%. A maior variação foi registrada na categoria CDC-Bancos-Financiamento de Automóveis, cuja taxa mensal passou de 1,53% para 1,58% (variação de 3,27%).
Para pessoas físicas, a alta foi ainda mais disseminada: todas as três linhas pesquisadas pela associação tiveram alta, levando a taxa mensal média de 3,09% para 3,13%, também a maior desde novembro de 2012. A maior alta foi observada na categoria capital de giro, na qual a taxa passou de 1,48% para 1,52% (alta de 2,7%).
Segundo a Anefac, os aumentos podem ser atribuídos à recente alta da taxa básica de juros, anunciada pelo Banco Central em julho, que elevou a Selic em 0,5 ponto percentual, para 8,5% ao ano.
Para Miguel Ribeiro de Oliveira, diretor executivo de estudos econômicos da Anefac, os aumentos devem continuar, puxados pelas pressões inflacionárias, com o IPCA acima do centro da meta do BC. Oliveira prevê um novo aumento da taxa básica na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).
O levantamento apontou ainda que as taxas para crediários mais altas são praticadas no Paraná (4,18%), acima da média nacional, de 4,10%. Das sete regiões acompanhadas pela Anefac, o Rio aparece na quarta colocação ranking, com taxa do crediário em 4,15%.
