Familiares de Erivan Alves dos Santos, acusado de matar o secretário de Turismo de Traipu, José Valter Matos Palmeira, em maio de 2012, foram surpreendidos nesta segunda-feira, 2, com a notícia de que ele havia sido transferido para o presídio federal de Campo Grande, no último sábado. Para a defesa, mais que uma surpresa, a transferência foi desrespeitosa.
O advogado do acusado, Manoel Passos, disse que entrou em contato com o juiz de execuções penais, José Braga Neto, para saber os motivos para a transferência e ele teria alegado que estaria atendendo a um pedido do Ministério Público para preservar a integridade física de Erivan, em função de suas declarações contra os possíveis autores materiais do crime.
Para a defesa, o argumento não justifica, já que Erivan estava isolado em uma área do Baldomero Cavalcanti, sem contato com os demais presos.
Outro fato destacado pela defesa é o fato de que o acusado já estava com audiência marcada para o dia 23 de setembro, em Traipu. Passos afirma não entender como as decisões foram tomadas sem o devido comunicado à defesa e agora a única solução mais pertinente encontrada pelo juiz da comarca de Traipu é ouvir o acusado por videoconferência.
Para tentar reverter a decisão, o advogado ingressou com uma reclamação no Supremo Tribunal Federal (STF), pedindo a intervenção do supremo no caso. Manoel Passos quer ter acesso aos autos do processo e ao vídeo em que confessaria que matou o secretário a mando do ex-prefeito da cidade, Marcos Santos. “A família continua temendo por sua vida, já que acreditam que as autoridades querem isolá-lo em Campo Grande”, concluiu.
Desde que foi capturado em São Paulo, numa favela do bairro do Tremembé, durante operação da Polícia Civil de Alagoas com o apoio da PC paulista, Erivan Alves dos Santos, vem mudando o conteúdo do seu depoimento e apontado alguns poderosos da cidade como autores intelectuais do crime.