Artesã alagoana começa a expor seus trabalhos na ONU

Jayme de Carvalho Jr/AbexaJenny Barro irá expor artesanato de Alagoas na sede da Onu, em Nova York

Jenny Barro irá expor artesanato de Alagoas na sede da Onu, em Nova York

A artesã alagoana Wendy Sherry Barros, da Cooperativa de Artesão da Barra Nova, embarca esta semana para Nova Iorque, onde irá expor seus trabalhos na sede das Organizações das Nações Unidas (ONU), mês em que ocorre a Assembleia Geral da entidade. Trabalhos de 15 artesãs de 12 estados do Brasil serão expostos, entre as peças estão rendas, bordados, bonecas e panelas de barro, acessórios feitos com lã de ovelha e crina de cavalo, além de peças indígenas.

Os trabalhos são feitos com materiais encontrados no meio ambiente, de acordo com a Associação Brasileira de Exposição de Artesanato (Abexa), organizadora do evento. Entre os artesanatos estão bordados, redes, peças de cerâmica, panelas de barro, itens de vestuário e decoração e peças indígenas.

Chamada “Mulher Artesã Brasileira”, a exposição acontecerá de 9 a 20 de setembro. Inclui a mostra de trabalhos das artesãs e fotografias delas, um documentário, uma conferência e a publicação de um livro.

A expectativa de público é de mais de 10 mil pessoas. A intenção é aproveitar o encontro da Assembleia Geral da ONU, quando participam chefes de estados e delegações, além de celebridades e personalidades de todo o mundo, diz a Abexa.

Segundo Tânia Machado, gerente do projeto, o objetivo é também estimular as exportações. Segundo ela, 87% da produção artesanal no Brasil sai das mãos de mulheres. No país, cerca de 8,5 milhões de pessoas trabalham atualmente com artesanato.

De acordo com a Abexa, a produção deste tipo de atividade tem um faturamento anual estimado de R$ 54 bilhões. Não há, porém, estimativas sobre exportação. Segundo a associação, não é possível computar dados de venda de artesanato para o exterior, pois o código de exportação dos produtos não leva em conta a forma como foi feito (se artesanalmente ou industrialmente).

“O artesanato é uma das maiores expressões culturais do povo brasileiro. Possui grande importância para o desenvolvimento econômico e ainda possibilita a inclusão social pela geração de trabalho e renda do Brasil. As micro e pequenas empresas e os microempreendedores individuais são praticamente os responsáveis pela totalidade do mercado artesanal brasileiro, tanto da parte de quem produz, quanto da parte de quem vende”, afirma o presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Luiz Barretto.

Exposição
Foram selecionados trabalhos de artesãs do Acre, Amazonas, Alagoas, Piauí, Pernambuco, Ceará, Paraíba, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Mato Grosso e Rio Grande do Sul.

O projeto mostra mulheres que, além de fazerem os trabalhos artesanais, também motivam a transformação da realidade social das regiões onde vivem, como em associações ou cooperativas.

"São pessoas que têm dignidade (…). No Brasil, o artesão tem dignidade. Essas mulheres são humildes, mas mudaram a comunidade com o seu artesanato, essas pessoas se preocuparam não só a sua família, mas com o entorno", diz Tânia.

A seleção das artesãs começou no final do ano passado e terminou em fevereiro deste ano. Os critérios foram inovação (que tenha potencial para mudar paradigmas de uma região, impactando outras pessoas), perfil empreendedor (com ideias visionárias e inovadoras), impacto social (que trouxeram mudanças significativas para a área e para a artesã), criatividade (por meio da trajetória de vida) e fibra ética (que emitam confiabilidade).

Artesãs
As artesãs escolhidas são Raimunda Nonata Silva Pinheiro Kaxinawa, de 32 anos, do Acre; Wendy Sherry Oliveira Barros, de 34 anos, de Alagoas; Maria Marli das Chagas Oliveira, de 50 anos, do Amazonas; Maria Miguel de Oliveira, de 54 anos, do Ceará; Berenicia Correa Nascimento, de 55 anos, do Espírito Santo; Maria José Gomes da Silva, de 45 anos, Juracy Borges da Silva, de 50, e Gercina Maria de Oliveira, de 67, as três de Minas Gerais; Neulione Alves Gomes, de 42, e Lucileicka da Silva David, de 63, do Mato Grosso; Maria das Dores Ramos Silva, de 55, da Paraíba; Ivonete de Moura Santana, de 56 anos, de Pernambuco; Raimunda Teixeira da Silva, de 50 anos, do Piauí; Monica Carvalho, de 55, do Rio de Janeiro; e Elsa Pozzobon Noal, de 70 anos, do Rio Grande do Sul.

O projeto tem patrocínio do Sebrae e apoio do Instituto Centro Cape, da Apex e da Secretaria da Micro e Pequena Empresa da Presidência.

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