Conhecer a Mata Atlântica ficou ainda mais fácil e divertido. Com objetivo de promover conscientização ambiental e ampliar os conhecimentos da sociedade a respeito de espécies que habitam o bioma mais ameaçado do país, foi lançado em setembro o “Descubra a Mata Atlântica”, um jogo que aproxima os usuários da rede social Facebook do bioma no qual vivem mais de 115 milhões de brasileiros, cerca de 60% da população nacional, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O game está disponível na fan page da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza e pode ser acessado gratuitamente através do link: www.facebook.com/fundacaogrupoboticario, pelos mais de 70 milhões de usuários do Facebook no Brasil – o dado é da consultoria de internet e estatísticas Social Bakers. De acordo com a diretora executiva da Fundação Grupo Boticário, Malu Nunes, o grande número de perfis potencializa a divulgação do game na internet, permitindo que esses internautas tenham acesso a conteúdos relacionados à conservação da natureza também na grande rede.
Acessível a vários públicos, o jogo pode ser utilizado tanto por profissionais da área ambiental – que podem aprender ainda mais sobre espécies nativas da Mata Atlântica – quanto por jogadores com pouco ou nenhum contato com temas relacionados ao meio ambiente, em virtude da linguagem acessível utilizada nas explicações. O game também pode ser utilizado como ferramenta de aprendizado, por educadores e pais.
Além da promoção de conhecimento, uma das expectativas com relação ao game é que ele contribua com a sensibilização das pessoas para a causa da conservação da natureza. “Conhecendo as espécies que habitam a Mata Atlântica e entendendo a importância que elas têm para a biodiversidade, os jogadores podem ser estimulados a respeitarem, conservarem e valorizarem o meio ambiente”, explica Malu Nunes.
Observando a natureza no “Descubra a Mata Atlântica”
A missão no “Descubra a Mata Atlântica” é fotografar os animais e plantas, por meio de uma minicâmera que o jogador opera, e depois preencher um álbum virtual. A tarefa não é difícil, mas é preciso ter atenção e ficar atento a algumas características dos animais. Como as espécies da fauna, por exemplo, emitem som, o jogador poderá ser guiado por esses ruídos para tentar encontrá-las e registrá-las em boa qualidade.
A cada foto tirada, o jogador receberá de uma a três estrelas, de acordo com a qualidade da imagem capturada. Quando clicar na espécie encontrada, abrirá uma janela – no próprio game – com informações como nomes científico e popular, biologia, habitat, além de curiosidades desses animais e plantas.
O jogo é composto por duas fases: uma que simula o dia, com espécies de hábitos diurnos, e outra noturna, com espécies visualizadas durante a noite. Porém, para acessar a segunda fase, o jogador deverá completar parte da missão da fase diurna. No total, são vinte espécies de fauna e quatro de flora, todas nativas da Mata Atlântica. O resultado do game pode ser compartilhado com os amigos do Facebook.
Um mosaico de vegetação rico em biodiversidade
Apesar de conhecida no mundo todo por suas lindas paisagens e biodiversidade, a Mata Atlântica é o bioma brasileiro mais prejudicado pela ação do homem. Atualmente, restam 7% de sua cobertura original, segundo estatísticas do Ministério do Meio Ambiente (MMA). A Fundação Grupo Boticário contribui com a proteção de 2.253 hectares desse bioma, por meio da manutenção da Reserva Natural Salto Morato, localizada no litoral norte do Paraná.
Na Mata Atlântica – uma das áreas mais ricas em biodiversidade do mundo – existem mais de 20 mil espécies de plantas, sendo oito mil endêmicas (que só ocorrem ali), segundo dados do MMA. Com relação à fauna, são 270 espécies catalogadas de mamíferos, 992 espécies de pássaros, 197 de répteis, 372 de anfíbios e 350 de peixes. Um dos animais que vivem nesse bioma e que pode ser encontrado no jogo “Descubra a Mata Atlântica” é o mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia), espécie que corre um grave risco de extinção.
Mico-leão-dourado: o rei dos macacos
Os micos-leões-dourados são animais diurnos e muito ativos, especialmente durante as primeiras horas do dia. A espécie possui comportamentos sociais, semelhantes a de outros primatas, podendo ser encontrados em grupos de até oito micos – organizados em grupos familiares, sendo comum a poligamia. A alimentação dos micos é formada basicamente por frutos, invertebrados e pequenos vertebrados, nas estações chuvosas, e de néctar, nas estações mais secas.
Podendo pesar até 800 gramas, cada mico-leão-dourado pode ter entre 20 e 37 centímetros, tendo como característica marcante a juba, que o faz parecer com um leão. As cores também são semelhantes às do ‘rei da floresta’: possui pelagem que varia de dourado a alaranjado.
Os predadores naturais dos micos-leões-dourados – como as jiboias, os gaviões, as corujas e os pequenos felinos – não são as ameaças mais preocupantes da espécie. O tráfico do animal, para fora do país e, principalmente, para zoológicos, bem como a destruição do seu habitat para agricultura e urbanização, são os principais fatores que contribuem para sua ameaça de extinção.
Símbolo de preservação da Mata Atlântica, os micos-leões-dourados são endêmicos desse bioma. A destruição desse ambiente reduz a área de vida dos micos e impede que eles se movimentem entre as áreas em busca de alimentos e de um novo espaço para ocupação.