Após 15 rodadas consecutivas dentro do grupo dos quatro últimos colocados, a Portuguesa finalmente deixou a zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro na noite desta quinta-feira, ao vencer o Náutico por 3 a 0, com gols de Moisés, Gilberto e Bruno Henrique. Com o resultado, o clube rubro-verde empurrou o Criciúma para o Z-4 e assumiu a 16ª colocação para a festa dos pouco mais de 1.800 torcedores que foram ao Canindé.
O estádio, aliás, tem sido o principal trunfo da equipe de Guto Ferreira. Apesar do rotineiro baixo público, a Lusa conquistou 21 dos seus 25 pontos somados na competição atuando em casa. Na próxima rodada, no entanto, a Portuguesa precisará mostrar sua força como visitante. O duelo será em Porto Alegre, às 16h de domingo.
O Náutico, por sua vez, segue ladeira abaixo. Após somar sua 12ª partida sem vitória, a equipe pernambucana soma nove pontos, na lanterna da tabela, e torce por um milagre para conseguir se livrar do rebaixamento. O Timbu agora volta para Recife, onde encara o Flamengo, em casa, também no domingo.
Três gols em 45 minutos. E foi pouco para a Lusa
Podem mudar os jogadores, mas o espírito da Lusa é o mesmo. Jogando no Canindé, mesmo que ainda sem o apoio maciço da torcida, a equipe de Guto Ferreira tem se mostrado praticamente imbatível. Na noite desta quinta-feira, apesar do desfalque de peso de Diogo e também do lateral Rogério, a Portuguesa repetiu o que apresentou diante de Bahia, Ponte e Vasco, e não deu chances ao Náutico.
Recém-contratado do América-MG, Bryan assumiu a lateral esquerda e logo mostrou seu cartão de visita aos torcedores rubro-verdes. Aos sete minutos, ele fez boa jogada pelo lado do campo, passou por Dadá e levantou na área. Sem marcação, Moisés saltou e teve todo o tempo do mundo para mirar e cabecear fora do alcance de Gideão. Festa no Canindé.
Bastante desfalcado, e com o psicológico abatido, o Náutico tentava de todas as maneiras se organizar em campo, mas a Lusa não dava espaço para a reação rival. Depois de bombardear a meta defendida pelo Timbu, os donos da casa chegaram ao segundo gol em uma pintura de Gilberto, artilheiro do time, que acertou um belo chute do meio da rua. E o que já era bom ficou ainda melhor já perto do fim do primeiro tempo, quando Bruno Henrique cobrou falta com perfeição e deixou 3 a 0 no placar.
Pontaria falha, rede não balança, mas a festa continua
Não se sabe o tom da conversa no vestiário entre Levi Gomes e seus comandados, mas o Náutico retornou para o segundo tempo mudado, com as entradas de João Filipe e Helder, e disposto a ensaiar uma pressão. Nos primeiros minutos, até visitou a área adversária algumas vezes e proporcionou sustos para o goleiro Lauro. Mas logo voltou com a mesma postura passiva de antes e, então, só passou a assistir à Lusa jogar.
Tranquila com o placar construído no primeiro tempo, a Portuguesa não apresentava o mesmo capricho de antes, mas, diante da fragilidade do adversário, ainda assim esteve muito próxima de balançar a rede novamente. Bruno Henrique, Gilberto, Luis Ricardo e Cañete tiveram boas chances para transformar a vitória em goleada, mas falharam na finalização.
Porém o lance mais inacreditável da noite ficou para Bergson. Após Souza fazer grande jogada pela esquerda, invadir a área e cruzar rasteiro, o substituto de Diogo, sozinho, sem qualquer marcação e praticamente debaixo do travessão, conseguiu chutar para fora. Problema? Nenhum. A torcida logo o aplaudiu e seguiu em festa até o fim da partida. “Time de guerreiros”, reconheceram os lusitanos enquanto a equipe rubro-verde descia orgulhosa para o vestiário.