Organização quer inspeções de armas químicas na Síria já nesta terça

G1Assad durante coletiva de imprensa na ONU

Assad durante coletiva de imprensa na ONU

A Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq) deseja que as inspeções do arsenal químico na Síria comecem "no mais tardar" na terça-feira, segundo o rascunho de um projeto que será votado nesta sexta-feira (27).

Os inspetores também deverão ter possibilidade de acesso a todos os locais suspeitos relacionados com o programa de armas químicas sírios, mesmo que não estejam incluídos na lista oficial divulgada pelo regime de Bashar al-Assad, segundo o rascunho do documento, obtido por agências de notícias internacionais. Isso, segundo a agência Associated Press, vai além da prática comum, já que a organização tem apenas inspecionado previamente locais declarados pelos estados-membros.

O projeto, que está sendo discutido pelo conselho executivo da Opaq, estabelece a meta de destruir todas as armas químicas da Síria até "o primeiro semestre de 2014". A proposta convida os membros da Opaq a fazer doações em dinheiro para a operação de destruição acelerada do arsenal da Síria.

O conselho executivo de 41 membros da Opaq deve discutir a proposta às 17h (horário de Brasília). O projeto precisa de maioria simples para ser aprovado, mas as decisões no órgão são normalmente acordadas por consenso. Um funcionário da Organização disse que uma equipe avançada seguirá para a Síria na segunda-feira.

O projecto surge um dia depois de os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovarem o texto de uma resolução que exige que a Síria abandone seu arsenal químico e permita acesso irrestrito a especialistas em armas químicas. Mas, se a Síria não cumprir, o Conselho terá de adotar uma segunda resolução para impor medidas do Capítulo 7 da Carta da ONU, que permite ações militares e não militares para promover a paz ea segurança.

As ações combinadas da Opaq e do Conselho de Segurança representam um avanço significativo e unidade rara entre a Rússia, que apoiou o governo do presidente sírio, Bashar Assad, e os Estados Unidos.
Criada para fazer cumprir a Convenção de Armas Químicas de 1997, a Opaq tem um orçamento anual de menos de US$ 100 milhões e menos de 500 funcionários. O órgão não tem força de trabalho necessária para realizar a tarefa se não obtiver aumento significativo de recursos.

Especialistas dizem que será arriscado e caro destruir o arsenal químico da Síria, onde uma guerra civil já matou mais de 100 mil pessoas e deixou milhões de desabrigados.
Inutilizado?
Grande parte do arsenal químico da Síria já está inutilizado e poderá ser erradicado mais rápido do que o previsto, informou o jornal americano "The Washington Post" em sua edição de quinta-feira, citando um relatório russo-americano.

No relatório, funcionários afirmam que todo o arsenal químico da Síria poderá ser desmantelado no prazo de nove meses e que o estado de certos produtos químicos, inutilizados como armamento, reduz a probabilidade de que estejam ocultos ou em mãos de organizações terroristas.

Segundo os especialistas, a Síria possui mais de 1.000 toneladas de armas químicas, incluindo 300 toneladas de gás mostarda. O arsenal é integrado ainda por precursores químicos de agentes nervosos que não podem ser transformados em armas e se apresentam ‘a granel’, sendo mais fáceis de destruir.

Fonte: G1

Veja Mais

Deixe um comentário