Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), feito com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada na semana passada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que 3,47 milhões de pessoas saíram da pobreza em 2012.
Entretanto, o documento, divulgado nesta terça-feira (1) pelo governo federal, também revela que 15,7 milhões de brasileiros ainda permaneciam abaixo da linha de pobreza no ano passado, ou seja, sobreviviam com menos de R$ 150 por mês (US$ 2,5 por dia). Em 2011, esse contingente de pessoas somava 19,17 milhões.
Ainda de acordo com o estudo, 1,07 milhão de brasileiros deixaram a chamada "extrema pobreza" no ano passado, mas 6,53 milhões de pessoas ainda permaneciam nesta condição – caracterizada por uma renda inferior a R$ 75 por mês (US$ 1,25 por dia). No ano anterior, 7,6 milhões de brasileiros estavam abaixo da linha de pobreza extrema.
Segundo o presidente do Ipea, e ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Marcelo Neri, a renda do trabalho foi a principal responsável pela saída de pessoas da linha de pobreza no ano passado. "Houve redução do desemprego e aumento real dos salários. Mas eu também daria destaque ao Bolsa Família", declarou ele.
Neri avaliou que a pobreza caiu bastante, de 10,7% da população em 2011 para 8,5% no ano passado – um recuo de quase 20% – ao mesmo tempo em que a extrema pobreza passou de 4,2% para 3,6% da população brasileira nesta comparação, uma queda de 15,9%.
"O PIB cresceu pouco em 2012, que foi o ano do ‘pibinho’ [alta de 0,9% sobre 2011] e a desigualdade pelo índice de gini ficou parada. O PIB per capita subiu 0,1% em 2012, mas a renda per capita média subiu 7,98%, um crescimento chinês. Já a pobreza caiu bastante, cinco ou seis vezes mais rápido do que a meta do milênio", analisou o presidente do Ipea.