O Cruzeiro entrou em campo ciente do resultado da partida do Grêmio. Principal rival na disputa pelo título do Brasileirão, o Tricolor gaúcho foi derrotado em casa pelo Criciúma. Era a chance de a Raposa ampliar de 11 para 14 pontos a vantagem na ponta, mas havia um outro tricolor pelo caminho. Na noite desta quarta-feira, o São Paulo superou a equipe celeste por 2 a 0, derrubando a invencibilidade do líder no Mineirão em 2013 – até então, 20 vitórias e um solitário empate – e dando fim a uma sequência de 12 partidas sem derrota. Curiosamente, havia sido contra o time do Morumbi a última derrota azul no estádio: 2 a 0 no dia 12 de maio de 2010.
Muito bem armado por Muricy Ramalho, o Tricolor Paulista contou com os gols de Douglas e Éverton Ribeiro para continuar fora da zona de rebaixamento. Mas contou principalmente com a bela atuação de Paulo Henrique Ganso, em campo o maestro da equipe. Apesar da decepção dos mais de 40 mil cruzeirenses presentes no Mineirão, a Raposa segue confortavelmente instalada na primeira colocação. Tem 59 pontos contra os 48 do Grêmio. O São Paulo, que viu seus rivais na parte de baixo da tabela vencerem seus jogos, está em 16º lugar com 33 pontos, um à frente do Vasco, primeiro clube do Z-4.
As duas equipes têm clássicos estaduais no próximo domingo, às 16h. O Cruzeiro enfrenta o Atlético-MG no Independência, que terá maioria alvinegra nas arquibancadas. O São Paulo recebe o Corinthians no Morumbi, e um triunfo pode fazer com que ultrapasse o arquirrival na tabela.
Aplicação tática
O São Paulo começou a partida marcando no campo de ataque, o que dificultou o jogo do Cruzeiro e mudou a forma de a equipe mineira atuar. Como não conseguiu exercer a pressão dos últimos jogos, o time de Marcelo Oliveira precisou de paciência para romper o bloqueio armado por Muricy Ramalho. Nos primeiros minutos, tudo ficou concentrado entre as duas intermediárias, com poucas chances de gol. Com o passar do tempo, porém, algumas oportunidades surgiram, e os dois times estiveram perto de abrir o placar.
Willian perdeu uma chance claríssima de gol, após rebote de Dênis em chute de Ricardo Goulart. Um lance inacreditável. A bola sobrou livre, e o atacante mandou na trave. As melhores chegadas do Tricolor foram com Paulo Henrique Ganso e Rodrigo Caio. A aplicação tática do São Paulo foi premiada com o que poucos conseguiram no Mineirão neste Brasileirão. O time paulista foi para o vestiário, no intervalo, sem levar gols do Cruzeiro.
Vitória tricolor
Diferentemente da primeira etapa, o Cruzeiro pressionou e atacou o São Paulo. Criou boas oportunidades de gol, mas como os resultados da rodada mandavam o Tricolor de volta ao Z-4, não restava outra alternativa aos paulistas a não ser atacar também. Com isso, o jogo ficou aberto e muito movimentado, tecnicamente bem superior aos 45 minutos iniciais. Insatisfeitos com o 0 a 0, os técnicos mexeram em seus times. Marcelo mandou Dagoberto para o jogo, e Muricy colocou Welliton. O volume de jogo da Raposa continuou forte, mas o Tricolor tocava a bola com mais eficiência e vontade.
De tanto acreditar, os visitantes abriram o placar. Maicon tocou para Ademílson, que fez o trabalho de pivô e rolou para Douglas soltar a bomba, aos 30. Quatro minutos depois, o São Paulo ampliou a vantagem. Paulo Henrique Ganso bateu falta na barreira, Ademílson pegou o rebote e cruzou na cabeça de Reinaldo. Com o gol vazio, ele só teve o trabalho de empurrar para as redes. Porém, o árbitro assinalou gol contra de Éverton Ribeiro, que disputou a bola com o atacante tricolor. Com a vantagem, restou ao Tricolor administrar uma vitória construída com o talento de Ganso.