Era contra o antepenúltimo. Diante de um time sem ganhar há oito jogos. E flertando com o rebaixamento. Pois o Grêmio, o segundo, com três vitórias consecutivas e ainda sonhando com o título do Brasileirão, não aproveitou a chance de, jogando na Arena, contra um rival teoricamente mais fácil, diminuir a vantagem do líder Cruzeiro. Mais do que ser impedido, foi superado. O Tigre repetiu a dose do jogo do primeiro turno e venceu por 2 a 1, pela 27ª rodada.
Wellington Paulista, o carrasco tricolor desde 2009, quando, ao defender o Cruzeiro, foi o responsável pela eliminação da semifinal da Libertadores, abriu o placar na noite desta quarta-feira. O sétimo gol dele contra o Grêmio. Maxi Rodríguez empatou. Serginho definiu, quase no fim.
Resultado que não mudou quase nada na tabela. O Grêmio é o segundo, com 49 pontos. O Criciúma subiu a 29, em 17º. As duas equipes continuam com seus objetivos na próxima rodada. No sábado, o Grêmio desafia o Fluminense, 18h30m, no Maracanã. O Criciúma, um dia depois, às 16h, no Heriberto Hulse, recebe o Vasco.
Quem não faz… leva
Com seis desfalques, Renato Gaúcho foi obrigado a mudar o esquema. Saiu o 3-5-2, entrou o 4-5-1. Elano e Zé Roberto, que não atuavam juntos desde 31 de julho, voltaram a formar dupla. E o Tricolor encurralou o adversário. Priorizando a marcação, resultado de uma seca de oito partidas sem vencer, o Tigre só se defendeu.
Sorte dele que o Grêmio esteve em jornada de má pontaria. Até os 20 minutos, quatro oportunidades de gol foram criadas com Zé Roberto, Barcos, Rhodolfo e Werley. Todos desperdiçaram. Castigo anunciado.
O Criciúma conseguiu acertar a marcação e, em jogadas de bola parada, começou a ameaçar. Primeiro, em escanteio, Matheus Ferraz cabeceou livre para defesa de Dida. O segundo erro custou caro. Ricardinho cobrou falta, e Wellington Paulista, igualmente sem marcação, cabeceou ao gol: 1 a 0, aos 35. Desvantagem que abalou o Grêmio até o intervalo.
Pressão, mas só um gol
A etapa final começou com o mesmo roteiro: Grêmio pressionando, Criciúma sem passar do meio de campo. Elano, para fora, e Wendell, com grande defesa de Galatto, quase empataram. A igualdade viria em grande jogada individual de Maxi Rodríguez. Ao passar por Wellington Paulista e Marlon, chutou cruzado sem chance ao goleiro.
Eram 11 minutos. Havia a esperança da virada. Mas Elano e Barcos dividiram a mesma bola e não aproveitaram assistência de Maxi. Com Galatto fora do gol, Paulinho, o substituto de Zé, cruzou para ninguém. E o Tigre? Praticamente nada. Só ameaçou em falta batida por Fabinho.
Os ânimos se exaltaram em um lance polêmico. Sueliton caiu no gramado, mas o Grêmio continuou a jogada com Souza. O técnico Argel Fucks, irritado, fez gestos sugerinto que o seu colega Renato tivesse mandado deixar o Fair Play de lado. Houve um princípio de confusão contornado pela arbitragem.
E quando parecia que o placar iria ficar na igualdade, o Criciúma surpreendeu. Serginho, aos 43, de cabeça, aproveitou para marcar após cobrança de escanteio. De novo a defesa marcou mal. O Tigre ganhou e respirou – pelo menos um pouco – no Brasileirão.