Nesta quinta-feira, 17, representantes das associações devem entregar um documento com texto demonstrando a insatisfação da tropa ao Tribunal de Justiça, Comando Geral da Polícia Militar, Governo do Estado e Assembleia Legislativa
Representantes das associações militares de Alagoas estiveram reunidos durante a manhã desta terça-feira (15), na Associação dos Subtenentes e Sargentos Militares de Alagoas (Assmal), para planejar as próximas ações na luta pela aprovação das suas reivindicações. A priori, ficou definido que nesta quinta-feira (17), um documento com texto demonstrando a insatisfação da tropa será levado pelos próprios militares ao Governo do Estado, Assembleia Legislativa (ALE), Tribunal de Justiça (TJ), e Comando Geral da Polícia Militar (Cmdo Geral).
Já no próximo dia 30 de outubro, depois de uma assembleia geral que deve ser realizada na Assmal a partir das 9 horas, os militares saem em caminhada até o Departamento Estadual de Trânsito de Alagoas (Detran/AL), onde levantam acampamento por no mínimo 48 horas. Os representantes das associações afirmam que só devem deixar o local depois que o indicativo de proposta for votado na Assembleia Legislativa.
De acordo com as associações, na última manifestação, quando os militares acamparam em frente da Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz), em março passado, foi feito um acordo com o governador do estado, Teotonio Vilela (PSDB), e este não foi cumprido. Por conta disso, os militares só devem finalizar a próxima manifestação sob o cumprimento dos acordos realizados entre as associações e o Governo.
Entre as principais reivindicações está o realinhamento da tropa, a Lei de Promoção e a proposta de Lei que institui o Serviço Voluntário Remunerado, com definição da carga horária de trabalho. De acordo com os representantes das associações, a classe já deveria estar usufruindo dos critérios justos das promoções deste agosto passado. “Chegou a hora de nos unirmos novamente para lutar pelos nossos direitos. A tropa acaba achando que nós, representantes das associações, estamos acomodados, mas a verdade é que o governo não cumpre nossos acordos. Agora não tem conversa. Só acaba a manifestação com a votação das nossas propostas”, afirmou o presidente da Associação dos Oficiais Militares de Alagoas (Assomal), major Wellington Fragoso.
O major afirma ainda que, por conta da mobilização que a categoria deve realizar no próximo dia 30 de outubro, o próprio Comando Geral da Polícia Militar começou agir com represália, na tentativa de inibir os líderes da categoria em reunir a tropa. ”Por conta das manifestações, o Comando Geral decidiu solucionar um inquérito policial militar, totalmente fora do prazo legal. O mesmo foi aberto em 2011, devido à mobilização em busca de salários dignos para os militares realizada na época. Este inquérito deveria ter sido concluído em 45 dias e agora, depois de quase três anos ele reaparece! Isso é um absurdo! E mais absurdo ainda é encaminhar o processo, que deveria seguir para a auditoria de justiça militar, ao Núcleo de Inquéritos Policiais da Capital,”, diz Fragoso.
No inquérito aparecem o major Fragoso, cabo Wagner Simas, presidente da Associação das Praças da Polícia e Bombeiros Militares de Alagoas (Aspra/AL), cabo PM Soares, presidente da Associação de Cabos e Soldados em Alagoas (ACS/AL), sargento Teobaldo de Almeida, presidente da Assmal, além de outros militares que usaram a palavra durante uma assembleia da categoria realizada na época da mobilização.
“Vamos reivindicar o que é nosso por direito. A maior despesa do Governo é com a Comunicação, que gasta com as propagandas mentirosas. A situação da violência é quase irreversível e é isso que precisamos mostrar para a sociedade: a realidade”, disse o presidente da Associação dos Oficiais da Reserva e Reformados da Polícia e Corpo de Bombeiros Militares do Estado de Alagoas (Assorpobom), coronel Campos.
Para o sargento Teobaldo, o mais importante é mobilizar a tropa. “Precisamos nos mobilizar e lutar juntos. Temos que mostrar para a sociedade as nossas reivindicações para que reconheçam que apesar da desvalorização, o policial militar trabalha arriscando a sua vida”.
Já o cabo Wagner Simas reafirma que os militares só devem encerrar a próxima manifestação depois que Governo cumprir com suas promessas. “Não adianta invadir, como foi na Sefaz, e sair depois de promessas feitas em reunião. Temos que ter a aprovação das nossas reivindicações na Assembleia Legislativa”, concluiu.
A tropa receberá as informações relacionadas à assembleia do dia 30 nos próximos dias.