Após assalto de vereadora, violência volta a ser debatida na Câmara

Ascom CâmaraAscom Câmara

O debate sobre violência tomou conta da sessão desta terça-feira (12), na Câmara Municipal de Maceió. Os vereadores cobraram reforço no efetivo da Polícia Militar e melhorias nas condições de trabalho para que a Polícia Civil investigue a crescente onda de assaltos e homicídios em Maceió – que somente no final de semana registrou 20 assassinatos. Como exemplo, citaram, inicialmente, que a vereadora Silvania Barbosa (PPS) foi assaltada em uma farmácia, no último sábado.

O vereador Silvânio Barbosa (PSB) iniciou o debate demonstrando preocupação com a insegurança crescente, mas citando que o governo estadual está empenhado em garantir ampliação no efetivo. Ele disse não saber se conseguiria manter a calma, assim como fez a vereadora. As vereadoras Tereza Nelma (PSDB) e Heloisa Helena (PSOL) foram solidárias com a colega de plenário.

Silvania detalhou o crime. Disse que por sorte manteve a tranquilidade e não reagiu ao assalto. Ela demonstrou preocupação com os funcionários da farmácia – que já perderam as contas das vezes em que foram vítimas da violência. “Peço que o assunto seja debatido por todos. Vivemos uma situação de medo. Além do dinheiro e dos cartões, perdi todos os documentos, mas por sorte, apenas foram perdas materiais”, desabafou.

Em defesa da vereadora, Kelmann Vieira (PMDB) – que é delegado de Polícia Civil – fez duras críticas ao governo estadual e à secretária Nacional de Segurança Pública, Regina Mikki, que, para ele, não estaria colaborando com a diminuição dos indicadores de violência. Mikki coordena as ações do Brasil Mais Seguro, financiado pelo governo federal e que busca ampliar investimentos na segurança em Alagoas. Ele reclamou duramente dos gastos do governo estadual com propaganda, afirmando que uma ilusão está sendo vendida ao cidadão.

CAOS – Na linha de críticas ao governo estadual, seguiu o vereador Wilson Júnior (PDT) que cobrou a ampliação do efetivo policial, como é defendida, até mesmo, pelo secretário de Defesa Social, Dário Cesar Cavalcante. Em entrevista recente, ele apontou que a tropa da PM precisa de mais 10 mil homens. Wilson apontou que não é apenas a capital que vive em estado de guerra, observando que no município do Pilar a situação está tão ruim quanto.

Ao relatar o assassinato de mãe e filha, na semana passada, no Pilar, o vereador chorou. Ele disse que mesmo trabalhando há anos na cobertura policial ficou chocado ao assistir as imagens das duas agonizando sem socorro médico depois de serem alvejadas com diversos disparos dentro de um táxi. “Foi um crime brutal que me deixou arrasado”, lamentou.
O vereador lamentou que o delegado Renivaldo Batista esteja sendo utilizado como “boi de piranha” ao ter que ser afastado do município devido à violência crescente. Uma força tarefa da cúpula da Defesa Social e da PM foi enviada ao Pilar para combater a onda de mais de 60 assassinatos em três meses. “Ele não pode lutar contra a falta de segurança sem ter a mínima estrutura de trabalho. Estão tentando esconder a verdadeira realidade encontrando culpados”, afirmou.

Fonte: Ascom Câmara

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