As repescagens para a Copa do Mundo de 2014 têm um roteiro em comum: de um lado, seleções tradicionais, acostumadas a disputar a principal competição de futebol do planeta. Do outro, equipes emergentes, ainda distantes dos holofotes. Enquanto o bicampeão Uruguai, quarto colocado no último Mundial, encara a “novata” Jordânia, o México, sede por duas vezes da Copa, enfrenta a Nova Zelândia. Os jogos de ida acontecem nesta quarta-feira.
A Celeste tem a vantagem de decidir a classificatória em casa. Primeiro, porém, terá de enfrentar a Jordânia e a empolgação da torcida local no Estádio Internacional de Amã. A partida acontece às 13h (de Brasília). Já o México recebe a Nova Zelândia no primeiro confronto: o jogo está marcado para as 18h30 (de Brasília). O GLOBOESPORTE.COM acompanha em Tempo Real os dois duelos.
Neste duelo entre tradição e sonhos, o histórico está do lado dos gigantes. Há poucas zebras nas repescagens para a Copa do Mundo. Seleções importantes como Espanha e Argentina já passaram pelo aperto, mas se classificaram. O Uruguai mesmo é especialista: o país se classificou em duas oportunidades, passando pela Austrália em 2002 e pela Costa Rica em 2010. Em 2006, a Celeste foi eliminada pelos australianos nos pênaltis, depois de vencer por 1 a 0 em Montevidéu e perder pelo mesmo placar em Sydney.
URUGUAI É FAVORITO CONTRA A JORDÂNIA
Nesse ano, o favoritismo é ainda mais evidente, principalmente pela boa fase vivida pelos atacantes Luis Suárez, do Liverpool, e Edinson Cavani, do Paris Saint-Germain. Por isso, o time espera voltar da Jordânia com um resultado positivo e garantir a vaga diante dos torcedores.
– Falam do favoritismo do Uruguai porque, com as estatísticas em mãos, fica claro que já ganhamos Copa do Mundo, Copa América… Mas eu alerto que se a Jordânia chegou até aqui não foi à toa, e precisamos respeitá-la. Faz tempo que favoritismo não ganha jogo – disse o jovem Cristian Rodríguez em entrevista para a Fifa.
Empolgação toma as ruas da Jordânia
Embora as diferenças entre as duas seleções pareçam imensas, a Jordânia também possui atacantes habilidosos como Ahmed Hayel Ibrahim, que foi vice-artilheiro da zona asiática com sete gols em 18 jogos, e Abdallah Deeb. Além disso, a empolgação do povo pode fazer com que o time surpreenda nessa primeira partida.
Nas ruas de Amã, é possível ver placas com jogadores da seleção nacional em frente a um Maracanã com a bandeira brasileira convocam a população para o jogo, considerado decisivo para as pretensões da "Nashama", apelido do time local.
– É um jogo muito importante para esta geração de jogadores, já que é a primeira vez que a Jordânia está tão perto de se classificar. Devemos ter a coragem e a confiança para atingirmos os nossos objetivos – disse Hossam Hassan, técnico da Jordânia.
MÉXICO APOSTA EM JOGADORES LOCAIS
Na outra repescagem, o México disputa tal playoff pela segunda vez. Em 1962, a equipe passou pelo Paraguai para se garantir na Copa. Já a Nova Zelândia foi ao Mundial de 2010 após derrotar o Bahrein no mata-mata decisivo.
Para manter o bom retrospecto dos times tradicionais, o México vai ter de superar uma das piores crises de sua seleção. Acostumada a se classificar sem sustos, a equipe sofreu nestas eliminatórias e só não ficou fora da repescagem graças a uma vitória sofrida dos EUA sobre o Panamá.
Para tentar corrigir os problemas, a seleção fez uma reformulação total. Contratou um novo técnico, Miguel Herrera, que convocou apenas jogadores que atuam no futebol mexicano. Sendo assim, a responsabilidade de levar El Tri à Copa não estará nos ombros de estrelas como o atacante Chicharito Hernández e o goleiro Guillermo Ochoa, e sim de veteranos, como o zagueiro Rafa Márquez e o centroavante Aldo De Nigris.
Para o goleiro Moisés Muñoz, a ideia dos mexicanos é se impor em casa para levar uma boa vantagem para o duelo de volta.
– Temos trabalhado muito bem e estamos nos preparando não só para o jogo no estádio Azteca, mas também para o da Nova Zelândia. Sabemos que é importantíssimo dar um golpe de autoridade em casa e poder seguir com uma boa vantagem. Estamos prontos – disse o arqueiro ao jornal mexicano “Récord”.
Na Nova Zelândia, a confiança também está em alta. O técnico Ricki Herbert garantiu que a equipe está preparada, apesar da longa viagem. O destaque do time é o atacante Chris Wood, de 21 anos, que atua no Leicester, da segunda divisão inglesa.
– Quando brigamos pela vaga na Copa da África do Sul, nos adaptamos às condições. Desta vez, estaremos no México por um curto período de tempo, mas creio que teremos a energia suficiente para a partida. Todos os jogadores estão bem – garantiu Herbert.