Macaco Chico é mesmo macho, diz avaliação

Fabio Rodrigues/G1Macaco-prego Chico ficou separado de dona Elizete durante 16 dias

Macaco-prego Chico ficou separado de dona Elizete durante 16 dias

A história do macaco-prego Chico, que há 37 anos é criado por uma família de São Carlos (SP), fará parte de uma série especial sobre animais silvestres que são tratados como bichos de estimação. Uma equipe do programa Animal Planet passou quatro dias na cidade para colher o material. O conteúdo será exibido em seis meses no canal Discovery. Chico, que foi retirado da dona em agosto após denúncia e 16 dias depois regressou ao lar por meio de decisão judicial, vive atualmente em um ambiente adaptado para ele na casa da aposentada Elizete Farias Carmona.

O diretor do programa norte-americano e uma produtora que trabalha para o canal fotografaram e filmaram Chico juntamente com a dona. Durante os registros, foi possível constatar que o macaco é macho e não fêmea como divulgado em agosto pela Associação Protetora dos Animais (APA) de Assis (SP) para onde ele foi levado após ser retirado da família. Procurada, a ONG informou que o animal que saiu da sede era uma fêmea.

“Quando está próximo ao alambrado, ele abre as pernas e fica bem visível, não tem como contradizer, o órgão reprodutor dele é bem semelhante ao do ser humano. O produtor fotografou e filmou. Quando fica solto, no colo da dona, o rabo esconde, aí não dá para ver”, disse a veterinária Flávia Giorgetti. Ela e a bióloga Ariane Maria Leoni acompanham o caso de Chico desde que ele voltou para casa.

Os produtores iniciaram as filmagens na manhã de sábado (16). A ideia foi reconstruir a história de como Chico vivia, o que aconteceu para ser retirado do lar, o momento da volta e como o animal está hoje. Para isso, a dupla seguiu também para a base da Polícia Ambiental antes de encerrar o trabalho, na segunda-feira (18).

Novo lar
Uma das determinações da Justiça para que o macaco retornasse a São Carlos era que tivesse um espaço adaptado para ele. Com isso, o ‘Recanto do Chico’ foi inaugurado no dia 7 de setembro com direito à festa para vizinhos e amigos.

O local, com 14 metros quadrados, foi construído baseado em normas do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e adaptado para ser montado nos fundos da casa de Elizete. O espaço conta com grades, puleiros, escadas e cipós para o animal poder se movimentar e ter um ambiente mais dinâmico.

“O retorno está sendo positivo pra ele porque está perto da família que ele gosta. Os donos pegam no colo, ele demonstra gestos de carinho”, relatou a bióloga. Segundo ela, o pelo do animal também está mais bonito e a dieta equilibrada. Frutas diversas, ovos cozidos e ração fazem parte do cardápio.

O caso
O animal foi entregue à Elizete em 1976 por um caminhoneiro amigo da família. Conhecido como Chico, o bicho foi retirado pela Polícia Militar Ambiental após denúncias, no dia 3 de agosto último.

A separação do bicho da dona, divulgada pelo G1, ganhou repercussão internacional e internautas mobilizaram dois abaixo-assinados na web que pediam a volta da macaca. Os documentos on-line reuniram mais de 18 mil assinaturas. O caso foi divulgado no site do jornal norte-americano "The Washington Post", na BBC, Fox News, entre outros. A história também foi capa da revista Terra da Gente no mês de outubro.

Com a ajuda de um advogado, a família entrou na Justiça para tentar trazer o animal de volta durante o andamento do processo. O Ministério Público de São Carlos se comprometeu a acompanhar a adaptação do animal no novo lar no prazo de 60 dias. Uma decisão da juíza Gabriela Muller Carioba Attanasio determinou o retorno da macaco em até cinco dias após notificação à A Secretaria Estadual do Meio Ambiente. A notícia surpreendeu a dona, que até mudou o visual para receber o bicho. Chico voltou para a dona 16 dias depois.

De acordo com a legislação, manter um animal silvestre sem a devida autorização é crime contra a fauna. A pena prevê detenção de seis meses a um ano, além de multa. Contudo, a lei também prevê que, no caso de guarda doméstica de animal que não está ameaçado de extinção, o juiz pode deixar de aplicar a punição.

Fonte: G1

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